Forças de segurança reprimem manifestação em Teerã

Celebrações coincidem com sétimo dia desde a morte do Ayatollah Hossein Ali Montazeri

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Forças de segurança do Irã e manifestantes entraram em conflito neste sábado, 26, no centro da capital Teerã antes de uma planejada manifestação de opositores do governo para marcar as festividades religiosas e a morte de um clérigo dissidente, há uma semana, segundo informou o site Rah-e-Sabz. As forças, incluindo a Guarda Revolucionária e o exército paramilitar Basij, usaram gás lacrimogêneo e spray de mostarda para dispersar os manifestantes, além de quebrarem vidros de automóveis que buzinavam durante a manifestação, diz o site.

 

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Os conflitos ocorreram em pelo menos três regiões de Teerã: praça de Imam Hossein, em Pol-e-Choobi e na praça Ferdowsi. As informações não puderam ser confirmadas por fontes independentes porque o governo iraniano proibiu a mídia estrangeira de acompanhar manifestações de seus oponentes.

 

Este sábado é o décimo dia do mês islâmico de Moharram, período de rituais de luto por um respeitando santo xiita. O período culmina no domingo com Ashoura - um dia que coincide com o sétimo dia da morte do principal clérigo dissidente do Irã, o Grande Ayatollah Hossein Ali Montazeri, e grande crítico dos líderes iranianos.

 

Montazeri morreu no último domingo, aos 87 anos, e sua morte reacendeu os protestos da oposição, apesar do forte aumento da segurança após as eleições presidenciais de junho. As cerimônias fúnebres do clérigo atraíram não só os jovens e os ativistas urbanos que compunham a massa dos protestos anteriores, mas também os mais velhos e mais religiosos iranianos.

 

Milhares acompanharam seu funeral na cidade sagrada de Qom on na segunda-feira, muitos gritando slogans contra o governo. A violência começou na quarta-feira, quando milhares tentaram se reunir para prestar homenagens em memória de Montazeri em uma mesquita na cidade de Isfahan, cerca de 325 quilômetros ao sul de Teerã. Eles foram recebidos pelas forças de segurança e mais de 50 pessoas foram presas.

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