Forças iraquianas melhoraram, mas não estão prontas, dizem EUA

Exército americano diz que meta de transferir segurança de 18 das 14 províncias ocupadas pode não acontecer

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Por PAUL TAIT
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As forças de segurança do Iraque estão melhorando, mas ainda não se encontram prontas para assumir o controle de muitas das províncias do país antes do final do ano, conforme era a intenção dos Estados Unidos, afirmou um importante general norte-americano. O Iraque experimentou um raro momento de relativa traquilidade nos últimos meses, o que permitiu às forças norte-americanas planejar e dar início a uma gradual diminuição do número de soldados estacionado no país. Até julho de 2008, prevê-se que 20 mil militares dos EUA deixem o território iraquiano. A velocidade da retirada depende do aperfeiçoamento das forças de segurança do Iraque, processo esse que o tenente-general James Dubik, militar dos EUA encarregado de treinar os iraquianos, descreveu como satisfatório, mas ainda incompleto. O antecessor dele no comando dessa missão, tenente-general Martin Dempsey, disse em junho que as forças iraquianas estariam prontas para assumir o controle de 14 das 18 províncias iraquianas até o final do ano. "Acho que não atingiremos essa meta", disse Dubik à Reuters em uma entrevista concedida na noite de domingo. Oito províncias foram entregues ao controle iraquiano até agora, a oitava a de Kerbala, no mês passado. A província de Basra deve passar para as mãos das forças do Iraque em dezembro. Segundo Dubik, as forças de segurança iraquianas, com 490 mil efetivos -- 160 mil soldados e 330 mil policiais --, haviam dado sinais de melhora nos últimos seis meses, mas ainda careciam de uma liderança competente, sofriam com a infiltração de agentes sectários e enfrentavam problemas de logística. O número de ataques no Iraque caiu 55 por cento desde a chegada de um contingente extra de 30 mil soldados norte-americanos, totalmente operacional desde a metade de junho. A manobra pretendia dar tempo aos líderes políticos do Iraque para realizarem alterações nas leis capazes de reconciliar a maioria xiita e a minoria sunita, que dominava o país até a derrocada de Saddam Hussein, em 2003, durante a invasão liderada pelos EUA. O avanço rumo à aprovação das novas leis tem sido lento. No domingo, um projeto que ampliaria o acesso de ex-membros do Partido Baath, de Saddam, aos órgãos civis e militares do país foi lido no Parlamento. Mas os trabalhos foram interrompidos devido a uma disputa surgida pouco depois. Essa foi a primeira vez que o Parlamento discutiu uma das reformas na legislação. "Há baathistas que cometeram crimes e que deveriam ser julgados", disse o parlamentar Bahaa al-Araji, membro do bloco xiita ligado ao clérigo Moqtada al-Sadr.

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