Forças sírias mantêm ofensiva; Annan está em Moscou

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Por OLIVER HOLMES E STEVE GUTTERMAN
Atualização:

A Rússia ofereceu "apoio total" aos esforços do enviado especial Kofi Annan, no domingo, para por um fim aos confrontos na Síria, mas disse que sua missão precisará de mais tempo, já que as forças leais ao presidente Bashar al-Assad atacaram Homs e outros redutos rebeldes. Moscou também reiterou sua posição de que o apoio externo à oposição Síria foi o principal obstáculo para a paz, enquanto o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e o primeiro-ministro turco, Tayyip Erdogam, discutiam como conseguir ajuda não letal para a oposição. Os países árabes e ocidentais pressionaram Assad para que ele renuncie, para por fim à violência, que a ONU diz que já custou 8 mil vidas. A Rússia, um aliado próximo de Assad, disse que ele está disposto a conversar com seus adversários sobre reformas e que são os rebeldes que devem ser pressionados a negociar. Com o exército sírio na ofensiva em todo o país e com os temores da oposição de que Assad possa usar qualquer negociação para fortalecer a posição das suas tropas e aumentar a repressão, as perspectivas de uma paz negociada parecem mais remotas do que nunca. Um grupo de direitos humanos baseado nos EUA acusou as tropas de Assad no domingo de usar escudos humanos durante seus esforços para esmagar a rebelião, que começou há mais de um ano. "Tropas do governo sírio colocaram em risco a vida de moradores locais, forçando-os a marchar na frente do exército, durante operações recentes para efetuar prisões, movimentação das tropas e ataques à cidades e vilarejos ao norte da Síria," disse o Human Rights Watch, citando residentes da província de Idlib, no noroeste da Síria. O presidente russo, Dmitry Medvedev, que vai se juntar a Obama para participar de uma Cúpula de Segurança Nuclear na Coréia do Sul na segunda-feira, disse ao enviado da ONU e da Liga Árabe, Kofi Annan em Moscou, que admirava seus esforços para acabar com a violência. "Essa pode ser a última chance para a Síria evitar uma longa e sangrenta guerra civil. Portanto, vamos lhe oferecer todo o nosso apoio, de qualquer nível e de várias maneiras nas áreas, é claro, onde a Rússia pode fornecer esse apoio." Não ficou claro se Moscou usaria sua influência com Assad para levar adiante o plano de paz de seis pontos de Annan, que inclui a exigência de um cessar-fogo, retirada imediata de armamentos pesados de áreas residenciais e acesso de ajuda humanitária. "A Síria tem uma oportunidade hoje de trabalhar comigo e esse processo de mediação, para por um fim ao conflito, aos confrontos, permitir o acesso às pessoas que precisam de ajuda humanitária, assim como embarcar num processo político que levará a um acordo pacífico," disse Annan depois das conversações.

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