PUBLICIDADE

Fórum de direitos humanos da ONU faz debate sobre Síria

Por STE
Atualização:

O principal fórum de direitos humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) fará um debate urgente na terça-feira sobre a situação deteriorante na Síria depois que a Rússia afirmou não ter objeções formais, mas alertou que qualquer registro por escrito das conversas seria "contraproducente". Na abertura da sessão anual de quatro semanas do Conselho de Direitos Humanos, nesta segunda-feira, o Catar pediu um debate urgente sobre a Síria, um pedido que foi apoiado pela maioria dos membros da Liga Árabe, bem como pela União Europeia e Estados Unidos. O Irã levantou objeções à realização de um debate emergencial sobre a violência que acomete seu aliado. O ministro iraniano de Relações Exteriores, Ali Akbar Salehi, vai falar sobre as conversas mais tarde nesta segunda-feira, mas, como observador, o Irã não pode bloquear o consenso no fórum de 47 membros. A delegação russa disse que não acreditava que o debate fosse necessário depois de três sessões especiais sobre a crise, mas mais tarde afirmou que seguiria o consenso. "Não vamos contestar a realização de uma reunião especial do Conselho de Direitos Humanos para discutir a situação na Síria. Ao mesmo tempo, pedimos que todas as delegações interessadas assegurem que as discussões sejam mantidas da forma mais construtiva e despolarizada possível", afirmou a diplomata russa Marina Korunova. "Continuamos acreditando que qualquer registro da reunião na forma de documento escrito não seria útil e poderia ser contraproducente", acrescentou. Uma resolução aprovada pelo principal fórum de direitos humanos da ONU não teria impacto prático. O Conselho de Segurança da ONU ficou num impasse sobre a Síria quando Rússia e China vetaram uma resolução condenando a repressão sangrenta do governo. Países árabes e ocidentais querem uma nova condenação da repressão das forças sírias aos protestos que começaram há quase um ano. A artilharia síria atacou áreas controladas por rebeldes em Homs novamente nesta segunda-feira, horas antes do governo anunciar que um referendo - considerando uma farsa pela oposição e pelo Ocidente - havia aprovado uma nova constituição proposta pelo presidente Bashar al-Assad. "Esperamos que o objetivo do encontro não seja estabelecer um pretexto para uma ação militar e um ataque armado das principais potências contra a integridade territorial e contra a soberania do povo sírio", disse o embaixador cubano Rodolfo Reyes Rodriguez. "A situação na Síria exige uma solução, mas não necessariamente a que as potências querem impor", afirmou ele. Investigadores independentes de direitos humanos disseram em um relatório da ONU na semana passada que as forças sírias haviam matado a tiros mulheres e crianças desarmadas, atacado áreas residenciais e torturado manifestantes feridos em um hospital, seguindo ordens do "mais alto escalão" do Exército e de autoridades do governo.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.