FIM DAS NEGOCIAÇÕES
Por ordem do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, os representantes de Israel presentes no Cairo para conversas indiretas sobre o fim do conflito em Gaza e o destino do território voltaram imediatamente para casa.
Israel vem afirmando reiteradamente que não irá negociar sob fogo, e os mediadores egípcios têm penado para pôr fim à guerra de cinco semanas e selar um acordo que abriria caminho para a chegada de ajuda para a reconstrução do território de 1,8 milhão de habitantes, onde milhares de lares foram destruídos.
Dando a entender que Israel espera mais episódios de violência, os militares instruíram os civis do país a erguer abrigos até 80 quilômetros distantes de Gaza, ou para além da área de Tel Aviv.
Uma autoridade palestina de alto escalão em Gaza afirmou que os pontos da discórdia para um acordo no Cairo são a exigência do Hamas para construir um porto e um aeroporto, que Israel só quer discutir em outra etapa.
Já Israel pediu o desarmamento dos militantes no enclave. O Hamas diz que entregar as armas está fora de cogitação e culpou os israelenses pelo impasse nas conversas.
Pontuada por várias tréguas temporárias, a escala dos combates em Gaza diminuiu bastante desde que Israel retirou suas tropas terrestres do território palestino duas semanas atrás, e nenhum dos lados pareceu disposto a arrastar a guerra.
Mas na segunda-feira Netanyahu declarou que os militares de seu país estão preparados para realizar “ações muito agressivas” se os disparos contra Israel recomeçarem.
De acordo com o Ministério da Saúde palestino, 2.019 pessoas, a maioria civis, foram mortas na Faixa de Gaza desde que a guerra começou, em 8 de julho. Do lado israelense, 64 soldados e três civis morreram durante a ofensiva.
(Reportagem adicional de Allyn Fisher-Ilan e Maayan Lubell em Jerusalém e Stephen Kalin no Cairo)