Futuro premiê de Israel promete buscar a paz no Oriente Médio

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Por JEFFREY HELLER
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Na véspera de assumir o posto de primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu prometeu na segunda-feira esforçar-se ao máximo para alcançar a paz com os vizinhos de Israel e com o mundo árabe, mas novamente não fez menção às aspirações palestinas a um Estado. "O governo que estou formando fará o máximo para alcançar uma paz justa e duradoura com todos os nossos vizinhos e com o mundo árabe em geral", disse Netanyahu em discurso ao Parlamento, um dia antes de seu governo prestar juramento. Netanyahu discursou numa sessão para marcar o 30o aniversário do tratado de paz de Israel com o Egito. Os israelenses, afirmou ele, "reconhecem a paz genuína quando a veem", e o Estado judeu "responderá ao chamado" de todo líder árabe em busca de paz. Netanyahu, que é líder do partido de direita Likud, tem dito que negociará a paz com os palestinos, mas que pretende enfatizar questões econômicas em vez das territoriais, como habitualmente acontece nas negociações atualmente paralisadas. Ele não fez menção à criação de um Estado palestino junto a Israel. Autoridades palestinas dizem que o processo de paz não terá futuro sem um compromisso explícito dos israelenses com a "solução de dois Estados". No Parlamento, Netanyahu ouviu sem expressar reações o premiê Ehud Olmert, que está deixando o cargo, pedir que apoie claramente a criação de um Estado na Cisjordânia e na Faixa de Gaza. "Dois Estados para dois povos. Não há alternativa", disse Olmert. "Estamos falando sobre um compromisso dramático, doloroso e que parte o coração, mas necessário." Ele instou Netanyahu a prosseguir com as negociações de paz indiretas do seu governo com a Síria, que faz fronteira com Israel ao norte. CARGOS NO GOVERNO Netanyahu entregou ministérios a membros do Likud, concluindo os últimos retoques num governo que será dominado por facções direitistas e judaicas ortodoxas, mas que também incluirá o Partido Trabalhista (centro-esquerda). Ele deve fazer o juramento como primeiro-ministro numa sessão parlamentar com início às 17h no horário local (12h em Brasília) de terça-feira. A meta da criação do Estado palestino foi reafirmada na semana passada pelo presidente dos EUA, Barack Obama. Fontes políticas israelenses dizem que Netanyahu tenta marcar um encontro com Obama para o começo de maio em Washington. Houve preocupação no exterior com a indicação por Netanyahu do político ultranacionalista Avigdor Lieberman como chanceler. Lieberman é partidário da cessão de partes de Israel onde vivem muitos dos 1,5 milhão de cidadãos árabes do Estado judeu, em troca de assentamentos judaicos dentro da Cisjordânia.

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