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Gates tranquiliza Israel sobre estratégia para o Irã

Por JIM WOLF
Atualização:

O secretário norte-americano de Defesa, Robert Gates, mobilizou-se na segunda-feira para convencer Israel de que os EUA têm razão em continuarem discutindo a desnuclearização do Irã, apesar da reticência de Teerã até agora. A retomada do diálogo com o Irã é um dos principais itens da política externa do governo de Barack Obama. Israel considera a possibilidade de Teerã adquirir armas nucleares como uma das maiores ameaças à sua existência, e sugere que poderia recorrer a ataques preventivos contra as instalações nucleares da República Islâmica. Teerã nega ter intenção de desenvolver armas nucleares, alegando que suas atividades se destinam apenas à geração de eletricidade com fins civis. Durante sua visita a Israel, Gates afirmou que Obama espera uma resposta positiva do Irã à iniciativa norte-americana antes da Assembleia Geral da ONU, no final de setembro. "Acho, com base nas informações disponibilizadas para nós, que o cronograma que o presidente apresentou ainda parece viável e não aumenta significativamente o risco para ninguém", disse Gates a jornalistas numa entrevista coletiva ao lado do seu colega israelense, Ehud Barak. A relutância do Irã em suspender seu programa nuclear, junto com a forte retórica antiisraelense do país, geram temores de uma guerra regional. A situação afeta também os esforços de Obama pela retomada do processo de paz entre Israel e os palestinos, já que os israelenses exigem como pré-requisito que seja anulada a suposta ameaça iraniana. Falando antes do encontro com Gates, Barak manifestou apoio à estratégia diplomática dos EUA em relação ao Irã, mas pediu prazos rígidos para esse processo, com a perspectiva de imposição de novas sanções da ONU à República Islâmica. "Se houver um envolvimento, acreditamos que deveríamos ser breve, bem definido em seus objetivos e seguido de sanções, preferivelmente de sanções do tipo do Artigo 7o (da Carta da ONU)", disse Barak em inglês. Mas ele manteve em aberto a possibilidade de um ataque preventivo contra o Irã, hipótese que poderia perturbar profundamente a região e que desagrada frontalmente a Washington. Acredita-se que Israel possua o único arsenal nuclear do Oriente Médio.

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