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Governo do Iraque diz ter restaurado ordem em Kerbala

Atualização:

O primeiro-ministro iraquiano, Nuri Al Maliki, viajou na quarta-feira à cidade sagrada de Kerbala e declarou que a ordem foi restabelecida depois de confrontos entre xiitas que mataram 52 pessoas e provocaram a fuga de milhares de peregrinos. Mas a violência entre as facções xiitas rivais parecia ter se expandido durante a noite, com homens armados atacando os escritórios de um poderoso partido em pelo menos cinco cidades e abrindo fogo contra vários deles. Maliki disse que suas tropas restabeleceram a calma em Kerbala e atribuiu a violência a "grupos criminosos e armados ilegais, provenientes dos remanescentes do extinto regime de Saddam (Hussein)." "A situação em Kerbala está sob controle após a chegada dos reforços militares, e policiais e forças militares especiais foram deslocados pela cidade para expurgar os assassinos e criminosos", declarou ele em nota. Yasin Majid, porta-voz de Maliki, disse que o premiê foi a Kerbala avaliar a situação. Ainda era possível ouvir disparos esporádicos após o amanhecer na cidade, oriundos da área onde ficam as mesquitas do Imã Hussein e do Imã Abbas. Também havia ruído de sirenes da polícia e de ambulâncias, e por alto-falantes as autoridades orientavam os peregrinos a ficarem afastados do centro da cidade. Nos confrontos de terça-feira, 52 pessoas morreram e outras 206 ficaram feridas, segundo um alto funcionário de segurança em Bagdá. O diretor do hospital Al Hussein, de Kerbala, 110 quilômetros ao sul de Bagdá, disse ter recebido 34 cadáveres e tratado 239 feridos. Ali Kadhum, assessor de imprensa das mesquitas, disse que os santuários ficaram levemente danificados por disparos que atingiram suas cúpulas e minaretes. Centenas de milhares de peregrinos haviam se reunido nos últimos dias em Kerbala para as celebrações do aniversário do imã Mohammad Al Mahdi, que viveu no século nono e é o último dos 12 imãs que os xiitas veneram como santos. A peregrinação, a exemplo de outros ritos anuais, havia se transformado numa demonstração de força para a comunidade xiita, duramente reprimida sob o regime de Saddam, que era da minoria sunita. Aparentemente, o confronto opôs os dois principais grupos políticos xiitas -- o Conselho Supremo Islâmico do Iraque, que controla a polícia em grande parte do sul do país, e o do clérigo Moqtada Al Sadr e sua milícia Exército Mehdi. A policia disse que homens armados queimaram edifícios do Conselho durante a noite em Kadhimiya, na cidade sagrada de Kufa, em Iskandariya e em Al Hamza, província de Babel. Em Najaf, principal cidade sagrada xiita, um diretório do partido foi atingido por um foguete. Pela manhã, algumas ruas de Bagdá pareciam sob toque de recolher parcial. Ônibus voltavam do sul lotado de peregrinos, alguns até pendurados no teto dos veículos.

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