
14 de outubro de 2009 | 12h03
Pelo menos 85 mil pessoas morreram por conta da violência no Iraque entre 2004 e 2008, segundo um relatório oficial do governo iraquiano divulgado na terça-feira, 13, sobre o número de vítimas desde o início da guerra empreendida no país. A investida dos EUA teve inócio em março de 2003, mas o período foi excluído das estatísticas porque não havia governo e o comando interino só assumiu a partir de meados de 2004.
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O documento do Ministério dos Direitos Humanos do Iraque é parte de um estudo sobre a situação do país e informa que 85.694 pessoas morreram no período e outras 147.195 sofreram algum tipo de ferimento. Segundo dados do governo obtidos pela Associated Press, os mortos passam de 87 mil se o período for considerado de 2005 até o início de 2009.
Desde o aumento da violência no país após a investida liderada pelos EUA, documentar as ocorrências de morte no país se tornou uma tarefa difícil. O relatório se baseou nos certificados de morte emitidos pelo Ministério da Saúde e constitui o primeiro documento oficial em torno do número de vítimas desde 2003, quando a guerra começou.
O relatório descreveu os anos que seguiram à invasão americana, que tinha o objetivo de acabar com os resquícios do regime de Saddam Hussein, como extremamente violentos. "Por meio de ataques terroristas como explosões, assassinatos e sequestros, os grupos fora-da-lei criaram terríveis situações que representam um grande desafio à lei e ao povo iraquiano", diz o documento.
Também foram publicadas estatísticas específicas, como a morte de 1.279 crianças e 2.334 mulheres. O documento ainda contabiliza a morte de 263 professores, 21 juízes, 95 advogados e 369 jornalistas, todas profissões que se tornaram alvos desde que o país mergulhou numa onda de violência. As mortes incluem também 15 mil corpos sem identificação que não foram reclamados por suas famílias e foram enterrados em cemitérios especiais.
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