Hamas detém mais de 400 ativistas do Fatah após confrontos

Presidente da ANP decreta luto e convoca greve geral contra repressão de marcha pela morte de Arafat

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Por Agências internacionais
Atualização:

Policiais vinculados ao movimento islâmico Hamas detiveram nas últimas horas desta terça-feira, 13, mais de 400 ativistas da facção adversária Fatah, em uma operação que ocorre depois dos violentos confrontos de segunda-feira na Faixa de Gaza.   Hazem Abu Shanab, porta-voz do Fatah em Gaza, disse que há mais de 400 detidos e que entre eles estão dirigentes. Dezenas fazem parte da equipe que organizou a homenagem a Yasser Arafat, no terceiro aniversário de morte do líder, em uma grande manifestação que terminou com choques entre os dois grupos, nos quais sete pessoas morreram.   As operações foram realizadas de madrugada e ao amanhecer, horas depois dos confrontos armados que ocorreram no final do ato em memória de Arafat, que contou com centenas de milhares de participantes. "As detenções e a morte de membros do Fatah não mudarão a atitude do movimento ao defender suas posições", afirmou Abu Shanab.   A concentração de segunda na Faixa de Gaza foi declarada por Fatah uma "vitória" contra o ilegalizado governo do Hamas, presidido pelo ex-primeiro-ministro Ismail Haniyeh.   A Autoridade Nacional Palestina (ANP) declarou três dias de luto oficial na Cisjordânia e na Faixa de Gaza, e nesta terça foi definido um dia de greve geral por ordem do presidente palestino e líder do Fatah, Mahmoud Abbas, que está na Turquia.   Apesar de ser controlada pelo Hamas, a Faixa de Gaza sentiu a detenção brusca comercial e institucional, já que a maioria das lojas, instituições privadas, bancos e escolas estavam fechados nesta manhã. Havia tensão também nas ruas, onde o trânsito e a atividade era reduzida.   Paralelamente, nas principais cidades da Cisjordânia, foram convocadas manifestações de repúdio aos trágicos eventos, considerados por Abbas de "crime aborrecível". Em declaração divulgada pela imprensa palestina, Abbas condenou a violência. "Esse é o verdadeiro Hamas", denunciou, referindo-se aos milicianos e policiais que atiraram nos participantes do ato em Gaza.   O Hamas e o Fatah trocaram acusações de responsabilidade pela violência de ontem. Ahmed Helles, um líder do Fatah em Gaza, disse que os militantes do Hamas abriram fogo contra os manifestantes porque "não queriam permitir a cena de um número tão grande de partidários do Fatah participando da marcha".   Agentes do Hamas disseram que eles atiraram contra manifestantes que lançavam pedras contra os prédios do serviço de segurança. Já o Ministério do Interior, controlado pelo Hamas, afirmou em um comunicado que homens armados do Fatah - escondidos em cima de telhados - abriram fogo contra policiais do grupo radical islâmico em várias partes de Gaza, que revidaram. Entre os feridos há vários policiais do Hamas, um dos quais foi baleado na cabeça.

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