Hamas diz que 'se aproxima da vitória' em Gaza e critica Egito

Líder islâmico afirma que 'sangue puro não foi em vão'; para grupo, cessar-fogo egípcio deve ser modificado

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Por Agências internacionais
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O Hamas "se aproxima da vitória" contra o Exército israelense na Faixa de Gaza, afirmou nesta segunda-feira, 12, o primeiro-ministro do grupo islâmico, Ismail Haniyeh, em um pronunciamento transmitido na televisão. "O sangue puro não foi em vão porque, graças a Deus, nos levará à vitória. Gaza não cairá depois de 17 dias desta loucura de guerra", acrescentou ele, em referência a operação israelense iniciada em 27 de dezembro, que já deixou mais de 900 mortos e 4,1 mil feridos em território palestino. Veja também: Em Israel, partidos árabes são banidos de eleições Israel planeja controlar fronteira de Gaza e Egito Foguete de Israel atinge Brazil, no Egito  ONU investigará violações em ofensiva de Israel Custo da guerra é de US$ 8 milhões por dia  Especial traz mapa com principais alvos em Gaza  Linha do tempo multimídia dos ataques em Gaza  Bastidores da cobertura do 'Estado' em Israel  Conheça a história do conflito entre Israel e palestinos  Veja imagens de Gaza após os ataques     Haniyeh disse ainda que "o sangue das crianças" que morreram na ofensiva israelense "será uma maldição que pesará sobre George W. Bush". "Trabalhamos em duas frentes: a primeira é a da resistência e a segunda é da política, para enfrentar a agressão contra nosso povo", continuou ele. Antes do pronunciamento do grupo islâmico, o primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, afirmou que Israel vai atingir o Hamas com "punho de ferro" caso não sejam suspensos disparos de foguetes contra o Estado judeu. Cidade de Gaza após ataques israelenses. Foto: Efe "Nós queremos pôr um fim à operação quando duas condições que exigimos forem atendidas: o fim dos disparos de foguetes e do rearmamento do Hamas. Se essas duas condições forem atendidas, nós encerraremos nossa operação em Gaza", afirmou Olmert durante um discurso na cidade de Ashkelon, no sul de Israel. Nesta segunda-feira, médicos acusaram Israel de testar um novo e "extremamente sórdido" armamento na Faixa de Gaza. A acusação foi feita por dois médicos que voltaram à Noruega após dez dias trabalhando em um hospital no território palestino. Mads Gilbert afirmou que "acredita que Gaza está agora sendo usada como um laboratório de testes para novas armas." "Essa é uma nova geração de pequenos explosivos bastante poderosos, que detonam com uma energia extrema e dissipam seu poder em uma área de cinco a dez metros", disse Gilbert. "Nós não vimos vítimas diretamente afetados pela bomba, porque elas normalmente ficam em pedaços e não sobrevivem, mas vimos uma série de amputações muito brutais, sem ferimentos de metralhadora, e suspeitamos fortemente que deve isso ter sido causado pelas armas DIME", acrescentou o médico. Críticas ao Egito Também nesta segunda, o Hamas criticou a postura das autoridades egípcias nas negociações para colocar fim à guerra. O representante do grupo no Líbano, Osama Hamedan, afirmou que a reação egípcia a suas propostas não foi a que esperavam. "Há assuntos que não podemos aceitar e outros que devem ser modificados", disse Hamedan, sem dar mais detalhes. O plano egípcio para Gaza inclui uma trégua por um período limitado e a abertura dos postos fronteiriços para que a população possa receber assistência humanitária. Além disso, estabelece negociações para suspender o bloqueio a Gaza existente há um ano e meio, garantias para evitar uma deterioração do conflito e passos para conseguir a reconciliação palestina. Em entrevista à televisão Al-Jazira, Hamedan reiterou as condições de seu grupo para aceitar o plano egípcio: o fim da agressão e a "imediata retirada" israelense, a suspensão do bloqueio sobre Gaza e a abertura das passagens fronteiriças. Hamedan disse que uma delegação do Hamas chegará nesta noite ao Cairo, procedente de Damasco, para se reunir com o chefe dos serviços secretos egípcios, Omar Suleiman. "Informaremos esta noite ou amanhã ao general Suleiman de nossa postura final sobre a iniciativa" egípcia, disse o membro do Hamas, acrescentando que alguns pontos da proposta não se ajustam aos interesses palestinos, como a mobilização de tropas internacionais em Gaza.

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