16 de agosto de 2009 | 12h26
Na cidade de Rafah, perto da fronteira com o Egito, os moradores saiam dos escombros de prédios de apartamentos explodidos durante horas de confrontos na sexta-feira e no sábado, resultando em até 28 mortos e uma mesquita destruída por tiros e granadas.
Vizinhos que conheciam Abdel-Latif Moussa, cuja declaração de regime islâmico na sexta-feira gerou o confronto com o Hamas, diziam que ele parecia gentil e dedicado.
Muitos ainda lamentavam o mais sangrento confronto entre palestinos desde 2007. Alguns esperavam retaliações dos mais jovens, muitos deles ex-combatentes do Hamas agora desiludidos com suas tentativas de estreitar laços com o Ocidente e negociar um fim ao isolamento de Gaza.
Em uma nota divulgada no site usado por grupos aliados da Al Qaeda em Gaza, uma figura sombria usando o nome de guerra Abu Mohammed al-Maqdessi deixou claro que havia ira contra o Hamas: "O assassino em Gaza é o Hamas. É quem segura a faca".
Mas o Hamas, que há dois anos afastou o presidente palestino, Mahmoud Abbas, e suas forças da faixa bloqueada por Israel, insistiu que o assunto estava resolvido com a morte do médico pregador que liderou os "Guerreiros de Deus".
"A situação na Faixa de Gaza está completamente sob controle", disse o porta-voz do Ministério do Interior, ligado ao Hamas, Ehab al-Ghsain.
Policiais ocupavam estradas e revistavam carros.
Combatentes da ala militar do Hamas, com máscaras e faixas verdes islâmicas na cabeça, veteranos da guerra contra Israel em janeiro, observavam discretamente os outros palestinos enquanto eles limpavam a mesquita devastada de Ibn Taymea, em Rafah.
Ghsain negou na Internet os relatos de que palestinos estariam sendo alertados a ficar longe de postos policiais do Hamas por medo de ataques suicidas dos seguidores de Moussa.
Forças de segurança estavam buscando "alguns indivíduos", afirmou Ghsain. O Hamas também quer "reeducar" os que se afastarem do "Islã moderado".
Embora os números do grupo de Moussa e de outros, como o Exército do Islã, sejam difíceis de mensurar, analistas tendem a considerá-los limitados em quantidade de armas, possivelmente a centenas.
A influência deles, no entanto, é significativa.
Ao explorarem a frustração com a dificuldade econômica e os ataques israelenses sob o regime do Hamas, eles podem atrair simpatizantes e frear esforços do Hamas para se aproximar da rival secular Fatah na Cisjordânia.
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