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Hillary critica assentamentos em ligação para Netanyahu

Secretária considerou anúncio de Israel como 'sinal profundamente negativo' para negociações de paz

Por Agencia Estado e Efe
Atualização:

A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, expressou nesta sexta-feira, 12, ao primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, seu mal-estar com o anúncio da construção de 1.600 casas em uma região de Jerusalém leste ocupada por Israel em 1967, o que considera "profundamente negativo".

 

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A chefe da diplomacia americana conversou hoje por telefone com Netanyahu para reiterar as "fortes objeções" dos Estados Unidos ao anúncio, feito na terça-feira.

 

Hillary disse reprovar o anúncio não só pelo momento em que foi feito, mas também por seu conteúdo e alcance, e também porque prejudica o processo de paz, informou hoje Philip Crowley, porta-voz do Departamento de Estado americano.

 

Na conversa com Netanyahu, Hillary deixou claro que o governo americano considera o anúncio como "um sinal profundamente negativo de Israel a respeito das relações bilaterais" e sustenta que "é contrário ao espírito da visita do vice-presidente" dos EUA, Joe Biden, à região, disse Crowley.

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A secretária de Estado destacou que esta ação "abalou a confiança no processo de paz e nos interesses dos EUA" na região e em seus esforços para relançar as negociações entre israelenses e palestinos, acrescentou o porta-voz.

 

Neste sentido, ressaltou que o governo de Israel tem que demonstrar não somente com palavras, mas com ações específicas, seu compromisso com o processo de paz.

 

A titular do Departamento de Estado também disse ao primeiro-ministro israelense que "não entende como isso pôde acontecer", especialmente à luz do forte compromisso americano com a segurança de Israel, relatou Crowley.

 

As palavras de Hillary são uma dura e incomum reprovação por parte dos EUA ao seu aliado mais próximo no Oriente Médio.

 

O anúncio da construção de 1.600 novos imóveis em uma colônia judia em um bairro ultraortodoxo em território ocupado aconteceu na terça-feira, apenas um dia depois de o enviado especial de Washington para o Oriente Médio, George Mitchell, ter garantido que israelenses e palestinos tinham aceitado manter um diálogo indireto de paz.

 

O vice-presidente dos EUA, Joe Biden, estava na região no mesmo dia para impulsionar essas negociações.

 

O próprio Biden condenou imediatamente o anúncio israelense e disse que ele abala a confiança necessária para retomar o processo de paz no Oriente Médio.

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Israel se desculpou um dia depois publicamente pelo "mal-estar causado" pelo anúncio durante a visita à região de Biden e disse que desconhecia que o plano de ampliação do assentamento judaico de Ramat Shlomo, no território palestino ocupado de Jerusalém Oriental, seria aprovado justamente nesse momento.

 

O negociador-chefe palestino, Saeb Erekat, disse na quinta-feira à Agência Efe que os palestinos cancelaram o diálogo indireto com Israel em protesto pelo anúncio das construções.

 

"As conversas acontecerão somente se Israel voltar atrás na decisão" de erguer imóveis em território ocupado disse Erekat.

 

Apesar disso, Crowley disse na quinta-feira que os palestinos não tinham informado aos EUA que deixariam o processo de diálogo.

 

Quarteto

 

O chamado Quarteto para o Oriente Médio, que inclui os Estados Unidos, a Rússia, a União Europeia e a ONU, condenou nesta sexta os planos de Israel de construí 1.600 casas em Jerusalém oriental.

 

Em um comunicado, o grupo "condena a decisão de Israel de avançar no planejamento de novas unidades de residência em Jerusalém Oriental".

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"O quarteto reafirma que as ações unilaterais tomadas pelas partes podem prejudicar o resultado das negociações e não serão reconhecidas pela comunidade internacional", acrescentou o documento.

 

Os membros do grupo mediador pela paz no Oriente Médio reiteraram também que "a paz árabe-israelense e o estabelecimento de um Estado palestino independente, contíguo e viável é algo que interessa às duas partes, a toda a região e à comunidade internacional".  

O Quarteto - que se reunirá no próximo dia 19 em Moscou para debater a situação do processo de paz do Oriente Médio - pediu que palestinos e israelenses "retomem com urgência o diálogo e promovam um ambiente que leve a negociações bem-sucedidas que resolvam as diferenças, incluindo o status de Jerusalém". 

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