QUITO- A secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, pressionou nesta terça-feira, 8, a América Latina a impor uma carga de impostos mais pesada sobre os ricos, e afirmou que o crescimento e competitividade da economia da região dependem disso.
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Em um discurso na capital equatoriana, Hillary afirmou que a quantidade de sonegação de impostos entre os mais abastados no Hemisfério Ocidental é inaceitável e prejudica esforços para construir infraestruturas necessárias como estradas, pontes e usinas de energia elétrica.
Segundo a secretária, a sonegação também impede a redução da pobreza e o melhoramento da saúde nas Américas.
"Apesar do progresso em alguns lugares, os sistemas fiscais e orçamentários são ineficientes e sem efeito na maioria do hemisfério", afirmou, ao notar que em muitos países o peso dos impostos recai sobre as classes mais pobres.
"Mas, em muitos lugares, também é fato que os ricos não pagam seus impostos. Nós não podemos nos calar sobre isso. Os níveis de sonegação são inaceitavelmente altos - chegam a m ais de 50% em algumas das economias regionais", disse.
Como resultado, muitos governos latinos não conseguem oferecer serviços básicos à população, segundo Hillary. "Isso não é uma guerra ou uma retórica de 'nós-contra-eles'", declarou. "É o problema de reconhecer que isso não é um jogo e que a política do 'ganhador leva tudo' é obsoleta para nosso futuro econômico. Um crescimento mais inclusivo irá fazer todas as nossas economias mais fortes e mais competitivas a longo prazo, para o benefício de todos", disse Hillary.
A secretária de Estado tem discursado muito sobre a equidade de impostos tanto em Washington como em outros países. Seus comentários foram feitos na segunda etapa de um giro pela América Latina e pelo Caribe.
Hillary já visitou o Peru e irá à Colômbia nesta quarta, e a Bardados na quinta.
Irã
Hillary afirmou que a quarta rodada de sanções no Conselho de Segurança da ONU contra o Irã, que devem ser votadas na quarta, são as mais duras que o país já enfrentou.
"Estas são as sanções mais significativas que o Irã já enfrentou", afirmou Hillary a jornalistas na capital do Equador.
O embaixador mexicano na Organização das Nações Unidas (ONU), Claude Heller, atual presidente do Conselho de 15 nações, disse a repórteres que a reunião irá ocorrer às 11h de quarta-feira (horário de Brasília), após um acordo sobre a lista dos alvos das sanções.
Diplomatas ocidentais esperam que os 12 membros do Conselho, incluindo todos os cinco com poder de veto, votem pela resolução. Brasil, Turquia e Líbano devem ser contrários às sanções.
Perguntada se a possibilidade de dois ou três votos contra as sanções serem interpretados como um fracasso para os Estados Unidos, Hillary disse a repórteres: "Eu não irei comentar algo que ainda não aconteceu. A votação está marcada para amanhã".
"Estas são as sanções mais significativas que o Irã já enfrentou", disse. "A quantidade de unidade que foi gerada pela comunidade internacional é muito significativa".
O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Robert Gates, afirmou nesta terça-feira que está otimista que a cooperação internacional poderá evitar que o Irã desenvolva armas nucleares e que uma resolução com sanções será aprovada na ONU.
"Em primeiro lugar, eu estou otimista que o Conselho de segurança (da ONU) vai votar uma resolução. Eu estive fora de Washington por muito tempo, muitos dias, para saber se amanhã ou depois é o mais provável, mas eu estou otimista que uma resolução será aprovada muito em breve", disse Gates depois de se reunir com o ministro britânico da Defesa, Liam Fox, em Londres.
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