SÃO PAULO- O sistema judiciário do Irã adiou nesta quarta-feira, 25, pela terceira vez uma audiência para decidir a sentença de Sakineh Mohammadi Ashtiani, mulher de 43 anos inicialmente condenada a apedrejamento por adultério e agora acusada pela morte de seu marido. As informações são do portal de notícias Fox News.
Veja também:As punições da Sharia, a Lei Islâmica As origens do sistema jurídico do IslãEntenda o caso Sakineh Ashtiani
Segundo a Missão Free Iran, citada pelo site, Sakineh tinha uma audiência marcada para hoje, que foi cancelada pelo tribunal.
De acordo com Maria Rohaly, ativista da organização, o governo iraniano continua adiando a decisão com esperanças de que a atenção da comunidade internacional ao caso acabe.
Sakineh foi condenada em 2006 por manter relações ilícitas com dois homens após ficar viúva, o que, segundo a lei islâmica, também é considerado adultério. Primeiramente a pena foi de 99 chibatadas, depois convertida em morte por apedrejamento e, posteriormente, alterada para enforcamento.
Em julho deste ano, seu advogado Mohammad Mostafaei tornou público o caso em um blog na internet, o que chamou a atenção da comunidade internacional. Perseguido pelas autoridades iranianas, ele fugiu para a Turquia, de onde buscou asilo político na Noruega.
O governo brasileiro ofereceu refúgio a Sakineh, o que foi rejeitado por Teerã. A pena de morte foi mantida por um tribunal de apelações, que acrescentou ao caso a acusação de conspiração para a morte do marido.
A iraniana continua presa em Tabriz.