O governo do Irã determinou na terça-feira, 23, o fim da carreira dos jogadores da seleção de futebol iraniana que, na quinta-feira, entraram em campo contra a Coreia do Sul pelas eliminatórias da Copa do Mundo usando uma faixa verde - cor da campanha do candidato oposicionista derrotado Mir Hussein Mousavi. Nesta quarta-feira, 24, entretanto, o vice-presidente da Federação Iraniana de Futebol, Mehdi Taj, negou que as expulsões foram ocasionadas pelo gesto.
Um jornal pró-governo informou que quatro jogadores de futebol iranianos tiveram o fim de sua carreira determinado após entrarem em campo utilizando uma faixa verde no punho em protesto ao resultado das eleições presidenciais do Irã. Taj, entretanto, informou à agência de notícias Mehr, que a saída de dois desses jogadores foi por "motivos pessoais, em uma decisão própria e profissional".
Veja também:
Khamenei enfrenta crise de credibilidade
Povo do Irã não pode ser 'vítima de irresponsabilidade', diz Lula
Obama questiona eleição iraniana e faz críticas
Irã proíbe funeral aberto para jovem morta em protestos
Podcast: Enviado do "Estado" no Irã comenta dificuldades da imprensa
Podcast: Pedro Dória explica como manifestantes driblam censura no Irã
Veja como acompanhar a crise política iraniana na web
Conheça os números do poderio militar do Irã
Altos e baixos da relação entre Irã e EUA
Especial: Conflito eleitoral divide o Irã
Especial: O histórico de tensões do Irã
Especial: O programa nuclear do Irã
Especial: As armas e ambições das potências
Tudo o que foi publicado sobre a crise eleitoral no Irã
O vice-presidente referiu-se a Ali Karimi e Mehdi Mahdavikia, que utilizaram o acessório junto de mais quatro iranianos. Eles usaram a faixa durante o primeiro tempo da partida, mas voltaram sem os acessório na segunda etapa.
"Esses dois jogadores jogaram durante anos pela seleção iraniana com muito orgulho, e devemos agradecê-los da forma apropriada", disse Taj, que também negou que seus passaportes tenham sido confiscados.
Taj, entretanto, não comentou o banimento dos outros dois jogadores, Hosein Ka'abi, e Vahid Hashemia. Segundo o jornal pró-governo, os atletas receberam uma punição equivalente ao banimento, já que não podem mais jogar partidas oficiais nem pela seleção, nem por clubes.
O presidente conservador reeleito, Mahmoud Ahmadinejad, é conhecido por ser apreciador do futebol, e frequentemente tem associado seus discursos ao esporte. Na semana passada, comprou os manifestantes de Teerã a torcedores de equipes derrotadas.
Em 2006, o Irã foi banido de competições internacionais por um curto período acusado pela Fifa por realizar interferências ilegais no governo do país.
No jogo contra a Coreia do Sul, válido pelas eliminatórias para a Copa do Mundo de 2010, o Irã empatou com os adversários por 1 a 1 e viu a classificação para o mundial ficar mais distante.