Irã confirma haver detido três americanos, diz Iraque

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O Irã confirmou que tem três americanos sob custódia depois que eles cruzaram a fronteira para o território iraniano a partir da região curda no norte do Iraque no mês passado, disse o ministro da Relações Exteriores iraquiano neste domingo. Hoshiyar Zebari encontrou-se com o embaixador do Irã ao Iraque, Hassan Kazemi-Qomi, e pediu maiores informações sobre os cidadãos americanos, que autoridades de segurança curdas dizem ser turistas que perderam-se e entraram no território iraniano sem querer. "Sim, está correto", disse Zebari quando foi perguntado se ele havia se encontrado com autoridades iranianas e se eles haviam confirmado que cidadãos americanos estavam sob custódia iraniana. "Nos encontramos com o embaixador do Irã aqui e perguntamos a ele sobre isso. Essas pessoas estavam no Iraque e cruzaram a fronteira, então queríamos informações e eles não negaram", disse ele, acrescentando que Qomi confirmou que eles estavam sendo interrogados. Na semana passada, um porta-voz do ministro das relações exteriores disse que não podia confirmar se os americanos estavam detidos no Irã. Os turistas estavam caminhando perto do resort de Ahmed Awa, conhecido por suas cachoeiras, quando entraram no Irã. Não há uma fronteira clara entre o Irã e o Iraque nessa região. Washington pediu ajuda à embaixada suíça em Teerã, que costuma representar os interesses dos Estados Unidos lá. O Iraque tem ligações fortes tanto com o Irã como com o arqui-inimigo desse país, os EUA. Portanto, Bagdá tem de lidar com o assunto com muito cuidado. A confirmação iraniana das detenções de americanos acontece num momento de tensão nas relações entre o ocidente e Teerã. Um tribunal iraniano no sábado acusou de espionagem uma mulher francesa e dois iranianos que trabalhavam para as embaixadas francesa e britânica em Teerã além de dezenas de outras pessoas e de ajudar. Eles também foram acusados de ajudar em um plano de países do ocidente para derrubar o governo islâmico do país. O Irã acusa o ocidente, em especial os EUA e a Inglaterra, de fomentar manifestações que se seguiram a uma eleição presidencial cuja validade está sendo questionada. Esses países negam a acusação. (Reportagem de Mohammed Abbas)

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