Irã diz à UE que está pronto para conversas 'construtivas'

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O Irã informou nesta quarta-feira que está pronto para conversas "construtivas" com as potências mundiais, ao mesmo tempo em que deixou claro uma vez mais que não vai discutir o que considera ser seu direito no campo nuclear. O chefe dos negociadores do Irã, Said Jalili, teve uma conversa por telefone com o chefe da Política Externa da União Europeia, Javier Solana, um dia antes do prazo dado ao governo iraniano para responder ao acordo nuclear traçado pela ONU em Viena. A mídia iraniana diz que o país vai aceitar o esboço do acordo pelo qual enviaria parte de seu urânio enriquecido para o exterior, para processamento adicional, mas também iria pedir mudanças no termos do documento. A agência estatal de notícias iraniana Irna afirmou, citando um comunicado do Conselho Supremo de Segurança Nacional do Irã, que Jalili "expressou a prontidão do Irã para conversas construtivas" durante seu telefonema a Solana. Mas ele acrescentou: "O Irã só aceitaria bem as negociações no âmbito do esquema do pacote proposto, considerando prioridades mútuas". Ele se referia a um pacote de propostas entregue em setembro pelo Irã às seis potências mundiais -- Estados Unidos, Rússia, China, França, Grã-Bretanha e Alemanha --, que sugeria conversações amplas sobre desarmamento nuclear global e outros temas. O pacote não mencionava o próprio programa nuclear do Irã, que seu governo diz ter o objetivo pacífico de geração de energia elétrica, mas que no Ocidente levanta a suspeita de ter como objetivo a fabricação de bombas. Autoridades iranianas recusaram repetidamente negociações sobre os "direitos nucleares" do país e rejeitaram exigências de suspensão do enriquecimento de urânio, atividade que tanto pode ter finalidade civil como militar. Na reunião de representantes do Irã com Solana e os enviados das seis potências, no dia 1o de outubro, em Genebra, o país concordou em permitir inspeções da ONU em uma usina de enriquecimento de urânio recentemente revelada e, segundo disseram diplomatas, aceitou enviar boa parte de seu urânio pouco enriquecido para futuro processamento no exterior. (Reportagem de Reza Derakhshi)

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