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Irã diz que ameaça de sanção ao petróleo é 'piada'

Por ROBIN POMEROY E HASHEM KALANTARI
Atualização:

A ideia de impor sanções às exportações de petróleo do Irã é uma piada, disse uma autoridade do país na terça-feira, acrescentando que o Irã não irá abandonar sua atividade nuclear, a despeito da crescente pressão internacional. Suspeitando do desenvolvimento de armas atômicas, os EUA e seus aliados ocidentais querem que a ONU adote uma quarta rodada de sanções às atividades nucleares do Irã, que no entanto insiste no caráter pacífico do seu programa. O porta-voz da chancelaria iraniana disse que restringir as exportações iranianas de gás e petróleo - uma ideia que não está incluída nas últimas propostas definidas pelas potências ocidentais - é "ilógica", e que todas as sanções irão fracassar. "Os países precisam do petróleo para garantir seu crescimento econômico (...). Falar em impor sanções ao setor petrolífero do Irã é como uma piada", disse Ramin Mehmanparast na sua entrevista coletiva semanal. "Tal medida prejudicaria outros países (importadores)." "Impor sanções ao Irã é uma medida ilógica e politicamente motivada (...). O Irã jamais abandonará suas atividades nucleares por causa de sanções." Os EUA já se proíbem de importar gás e petróleo do Irã, mas o país, quinto maior exportador de petróleo do mundo, tem ávidos compradores mundo afora. A cotação do petróleo bruto atingiu na segunda-feira sua maior cotação em 18 meses, aproximando-se de 87 dólares, num reflexo da crescente confiança na recuperação econômica global. Um alto executivo da Companhia Nacional Iraniana do Petróleo disse na segunda-feira que as sanções que abalarem o fornecimento de petróleo bruto irão "levar a uma intensificação e prolongamento da recessão econômica" nos países consumidores. As novas propostas aceitar por EUA, Grã-Bretanha, França e Alemanha incluem restrições também a bancos iranianos no exterior e ao seguro de cargas de e para o Irã. Comentando a possível restrição à importação de derivados do petróleo no Irã, o ministro do setor, Masoud Mirkazemi, disse que o país tem refinarias suficientes para evitar grandes transtornos. "O Irã tem capacidade de produzir combustível em caso de emergência," afirmou ele a uma rádio estatal. Em entrevista na terça-feira ao jornal The New York Times, o presidente dos EUA, Barack Obama, disse que deseja sanções da ONU que sejam capazes de pressionar o Irã a abandonar seu programa, que segundo ele, "lhes forneceria capacidades para (ter) armas nucleares." Ao anunciar os novos limites autoimpostos pelos EUA para o uso das suas próprias armas nucleares, ele disse que isso não se aplicaria a países "isolados, como Irã e Coreia do Norte."

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