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Irã e AIEA vêem progresso em discussão atômica

Atualização:

O Irã e a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA, um órgão das Nações Unidas) disseram nesta terça-feira que houve progresso nas discussões sobre como tornar o programa nuclear iraniano mais transparente, o que ajudaria a poupar o país de novas sanções. Após dois dias de reuniões em Teerã, os dois lados também afirmaram concordar com um cronograma para responder às dúvidas remanescentes sobre o programa nuclear do Irã, que o Ocidente afirma servir de disfarce para o desenvolvimento de armas nucleares. O governo iraniano nega a acusação e alega que o programa serve apenas para a geração de eletricidade com fins civis. "Temos diante de nós um plano de trabalho. Concordamos sobre como implementá-lo. Temos um cronograma de implementação", disse o subdiretor da AIEA Olli Heinonen, que classificou as reuniões como "boas, produtivas." O Irã aceitou em junho preparar dentro de 60 dias um plano de ação destinado a dar aos inspetores da ONU mais acesso às instalações nucleares do país. "Temos um marco básico de acordo entre o Irã e a agência", disse o sub-negociador iraniano, Javad Vaeedi, em entrevista conjunta na qual declarou que as reuniões trouxeram "ótimos resultados". Os EUA exigem que o Irã suspenda suas atividades nucleares estratégicas e coopere com a AIEA. A última rodada de negociações deveria tratar dos temas mais espinhosos, como a origem dos traços de urânio altamente enriquecido (apto para bombas) achados em alguns equipamentos e o status das pesquisas com centrífugas avançadas, usadas no enriquecimento de urânio. O Irã e a AIEA já haviam mantido conversações em julho e no começo deste mês. Após os encontros de julho, Teerã autorizou o acesso de inspetores às obras do reator de água-pesada de Arak, que estava suspenso desde abril, em reação às sanções da ONU. O Conselho de Segurança da ONU já impôs dois pacotes de sanções ao Irã desde dezembro, exigindo que o país paralise o enriquecimento de urânio, processo que pode gerar combustível para reatores civis, mas também material para armas nucleares.

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