
31 de janeiro de 2012 | 17h52
"As conversas entre o Irã e a equipe visitante de inspetores da Agência Internacional de Energia Nuclear (AIEA) foram construtivas e (...) os dois lados concordaram em continuar as discussões", disse uma fonte não-identificada à Fars.
Os inspetores chegaram no sábado a Teerã para discutir com as autoridades locais as suspeitas ocidentais de que o país estaria tentando desenvolver armas atômicas - algo que a República Islâmica nega insistentemente, alegando que seu objetivo é gerar energia para fins civis.
A Fars disse que as datas de novas reuniões já foram marcadas, mas não deu detalhes.
A TV Al Alam, emissora estatal iraniana em língua árabe, citou um funcionário não-identificado segundo o qual apenas "questões técnicas e jurídicas foram discutidas durante as conversas", e que a equipe internacional não visitou instalações nucleares.
Também na terça-feira, estudantes radicais iranianos se reuniram em frente à sede da AIEA, em Viena , para protestar contra a visita dos inspetores, segundo a agência iraniana de notícias Isna.
A tensão do Irã com o Ocidente aumentou neste mês por causa da decisão dos EUA e da União Europeia de endurecer suas sanções contra Teerã, na expectativa de pressionar o governo local a fornecer mais informações sobre o seu programa nuclear. As medidas afetam diretamente as exportações de petróleo do Irã, segundo maior produtor da Opep.
O Irã acusou a UE de promover uma "guerra psicológica", e ameaçou interromper o fornecimento de petróleo para o continente antes de 1o. de julho, quando entram em vigor as sanções europeias.
Além disso, as autoridades iranianas minimizam repetidamente as sanções, dizendo que o país se tornou mais autossuficiente.
A UE comprou em 2011 um quarto de todo o petróleo exportado pelo Irã. Mas analistas dizem que o mercado global de petróleo não será claramente perturbado se o Parlamento iraniano aprovar o embargo nas exportações para a Europa.
Potencialmente mais nocivo para o mercado de petróleo e para a segurança global seria o risco de que o impasse do Irã com o Ocidente dê lugar a um conflito militar.
O Irã ameaça repetidamente fechar o estreito de Ormuz, a "boca" do golfo Pérsico, para impedir a exportação de petróleo por essa via marítima - algo que Washington diz que não toleraria.
(Reportagem de Zahra Hosseinian e Parisa Hafezi)
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