PUBLICIDADE

Irã e potências tentam superar dificuldades para fechar acordo nuclear

Por LOUIS CHARBONNEAU E PARISA HAFEZI E JOHN IRISH
Atualização:

Os ministros de Relações Exteriores da França e da Alemanha se juntaram aos Estados Unidos e a diplomatas iranianos no sábado para ajudar a quebrar um impasse nas negociações nucleares, conforme grandes potências e o Irã fechavam um acordo prévio de duas ou três páginas que poderia formar a base para um acordo de longo prazo. As negociações, em curso há quase 18 meses, pretendem forjar um acordo pelo qual o Irã suspenda atividades nucleares em troca do fim das sanções, com o objetivo de reduzir o risco de uma guerra no Oriente Médio. O secretário de Estado dos EUA, John Kerry, e o ministro das Relações Exteriores do Irã, Mohammad Javad Zarif, estiveram em Lausanne durante dias para tentar chegar a um acordo preliminar até o prazo auto-imposto de 31 de março, e tiveram várias rodadas de negociações no sábado. Apesar de terem chegado perto de um esboço de acordo, os dois lados ainda têm divergências profundas que poderiam destruir um acordo. Zarif diz que as seis potências - Estados Unidos, Grã-Bretanha, França, Alemanha, Rússia e China - são agora os únicos que precisam de comprometer. "Nas negociações, todos os lados devem mostrar flexibilidade", disse Zarif no Twitter. "Nós mostramos e estamos prontos para fazer um bom negócio para todos. Aguardamos a disponibilidade dos nossos parceiros." Autoridades ocidentais próximas às negociações disseram que cabia ao Irã se comprometer com os obstáculos restantes, que incluem as ambições de Teerã para a pesquisa nuclear e desenvolvimento e a remoção imediata de sanções da ONU. "O trabalho sério, mas difícil continua", disse um alto funcionário do Departamento de Estado dos EUA. "Esperamos que o ritmo se intensifique à medida que avaliamos se um entendimento é possível." O chanceler francês, Laurent Fabius, disse aos jornalistas à chegada em Lausanne que ele esperava "um acordo robusto. O Irã tem o direito a energia nuclear civil, mas no que diz respeito à bomba atômica, é 'não'." "Avançamos em alguns pontos, mas em outros não o suficiente", disse ele. O Irã nega qualquer ambição de construir armas nucleares e diz que seu programa atômico é para fins puramente civis.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.