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Irã não precisa de reserva de urânio, diz diretor de programa nuclear

País volta a sinalizar que pode negociar impasse com potências nucleares e a AIEA

Atualização:

TEERÃ - O diretor da Agência de Energia Atômica do Irã, Ali Akbar Salehi, disse nesta sexta-feira, 30, que seu país não pretende acumular uma reserva de urânio enriquecido a 20% além de suas necessidades, como temem as potências ocidentais.

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"Se nos derem 100 kg de combustível, será suficiente para uns oito anos. Produzimos combustível nuclear apenas para nossa necessidade. Não precisamos de uma reserva", disse Salehi à agência oficial Mehr.

"Por enquanto, queremos combustível só para o reator de Teerã. Se no futuro teremos outros reatores, é uma outra questão", acrescentou.O urânio enriquecido a 20%, que o irã começou a produzir em janeiro, é utilizado para produzir isótopos médicos. No entanto, as potências nucleares ocidentais temem que, uma vez dominado este processo, o enriquecimento a mais de 95% - usado para construção de armas nucleares - se torna mais fácil. Nesta semana, o Irã se disse disposto a aceitar se reunir com o Grupo de Viena (formado pelos cinco países do Conselho de Segurança, a Agência Internacional de Energia Atômica e pela Alemanha)para receber urânio enriquecido no exterior. Os EUA já sinalizaram que aceitam negociar. Uma negociação similar fracassou em outubro do ano passado. Outro acordo, costurado por Brasil e Turquia, também não obteve sucesso e o Conselho de Segurança da ONU aprovou sanções ao Irã por conta de seu programa nuclear, que Teerã diz ter fins pacíficos.

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