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Irã oferece apoio ao Exército do Líbano

Congresso dos EUA bloqueou ajuda financeira aos militares depois de incidente com israelenses

Atualização:

BEIRUTE - O Irã ofereceu nesta quarta-feira, 11, apoio ao Exército do Líbano, uma semana depois de o Congresso dos EUA bloquear a ajuda financeira aos militares libaneses por causa do conflito fronteiriço com tropas de Israel.

 

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A oferta do Irã, que dá apoio ao grupo militante xiita libanês Hezbollah, pode alimentar a preocupação ocidental de que o governo iraniano estaria tentando ampliar sua influência perto da fronteira norte de Israel.

 

O governo israelense diz que se queixou aos EUA e à França a respeito das verbas para o Exército libanês depois da emboscada que resultou na morte de um oficial militar de Israel e de dois soldados e um jornalista libaneses. Esse incidente foi o pior na região da fronteira desde a guerra de 2006 entre Israel e o Hezbollah. Na segunda-feira, o embaixador iraniano em Beirute se reuniu com o comandante do Exército do Líbano, general Jean Kahwaji, e disse que seu país quer "colaborar com o Exército libanês em qualquer área que ajude os militares a cumprirem seu papel nacional na defesa do Líbano." O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, deve visitar Beirute no mês que vem.

 

O Departamento de Estado dos EUA afirmou que a declaração iraniana mostra a necessidade de que Washington não se distancie de Beirute. "Achamos que as atividades, direta ou indiretamente, por parte do Irã na verdade comprometem a soberania libanesa", disse o porta-voz P.J. Crowley a jornalistas. "As declarações do Irã são expressamente a razão pela qual acreditamos que a continuidade do apoio ao governo libanês e aos militares libaneses seja do nosso interesse."

 

Dois parlamentares democratas disseram estar bloqueando uma verba de US$ 100 milhões já aprovada para o Exército libanês, mas ainda não entregue pelos EUA. O deputado republicano Eric Cantor defendeu que futuras ajudas sejam interrompidas enquanto o confronto deste mês é investigado. Cantor disse que os limites entre o Hezbollah -- que participa da coalizão de governo --, os militares libaneses e o governo se tornaram "difusos".

Hezbollah

Analistas afirmam que o Hezbollah tem uma capacidade militar muito superior à do Exército libanês, que desde 2006 recebeu mais de 720 milhões de dólares em assistência americana. O ministro israelense da Defesa, Ehud Barak, considera que foi um erro equipar os militares libaneses com armas avançadas, porque elas estão sendo usadas contra o seu país. Crowley disse não saber do uso de qualquer equipamento dos EUA durante o incidente e afirmou que o Departamento de Estado vai tentar resolver as preocupações do Congresso a respeito das verbas militares. Uma importante fonte oficial dos EUA declarou que o governo está confiante em que o congelamento das verbas será temporário.

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