Irã parou temporariamente enriquecimento de urânio, diz AIEA

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O Irã interrompeu temporariamente seu trabalho de enriquecimento de urânio de baixo nível neste mês, apontou relatório da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), após diplomatas ocidentais terem afirmado que o programa nuclear iraniano estaria enfrentando problemas técnicos. O relatório confidencial, obtido pela Reuters nesta terça-feira, não apontou nenhum motivo para a interrupção temporária do abastecimento de centrífugas usadas para o refino de urânio. O documento também afirmou que a AIEA, órgão ligado à Organização das Nações Unidas (ONU), segue preocupada sobre a possível atividade no Irã para desenvolver carga nuclear para um míssil. Apesar da interrupção temporária no meio deste mês, a produção total do Irã de urânio de baixo enriquecimento subiu para 3,18 toneladas, apontou o relatório, sugerindo que o país manteve uma produção contínua nos últimos meses. Especialistas afirmam que esta quantidade seria suficiente para ao menos duas bombas, caso refinada em escala maior. As negociações entre o Irã e as grandes potências a respeito do seu programa nuclear podem ser retomadas no próximo mês. O Ocidente acusa o programa de ser um disfarce para a produção de armas nucleares, mas Teerã alega que é destinado para a geração de eletricidade. Um diplomata próximo à AIEA disse que nenhuma das unidades centrífugas da usina de Natanz, no Irã, estavam sendo abastecidas para baixo enriquecimento quando inspetores estiveram no local, em 16 de novembro. "Eles não estavam enriquecendo urânio", disse. O diplomata disse desconhecer o motivo para a interrupção temporária dos trabalhos ou a duração da parada. Mas sugeriu que um problema técnico poderia ser uma razão. Mais cedo, diplomatas ocidentais disseram não saber se o vírus de computador Stuxnet poderia ter sido responsável pelos problemas técnicos que, segundo eles, o Irã estaria enfrentando. O Irã utiliza um modelo de centrífuga antigo que já apresentou problemas no passado. Analistas de segurança afirmaram que o vírus Stuxnet pode ter sido um ataque realizado por Israel ou outro inimigo do Irã para sabotar o programa nuclear da República Islâmica. (Reportagem de Fredrik Dahl e Sylvia Westall)

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