Um importante deputado do Irã advertiu nesta quarta-feira, 30, que a nação islâmica poderia abandonar o Tratado de não-proliferação Nuclear (TNP) se o Ocidente persistir em sua atitude e considerar a possibilidade de impor novas sanções.
Veja também:
Conheça os números do poderio militar do Irã
Altos e baixos da relação entre Irã e EUA
Especial: O histórico de tensões do Irã
Especial: O programa nuclear do Irã
Especial: As armas e ambições das potências
"Se o grupo continuar utilizando a linguagem da força para tentar encurralar o Irã e falar de mais sanções, talvez não tenhamos outro remédio do que abandonar o diálogo", disse Hassan Ghafourifard, em declarações à televisão nacional PressTV referindo-se ao encontro da representação iraniana com as seis potências que formam o grupo de negociação. "Esse seria o primeiro passo, talvez sair das negociações com o grupo. Mas, se as coisas vão de mau a pior, então talvez devamos tomar outras medidas, como nos retirar do Tratado de Não-Proliferação", advertiu na entrevista, cujos trechos foram publicados pelo site da TV.
A delegação iraniana se reunirá na quinta-feira, 1º, em Genebra, na Suíça com os membros do Conselho de Segurança da ONU - EUA, Rússia, China, França e Reino Unido - e a Alemanha para tentar retomar o diálogo sobre o programa nuclear iraniano, após 14 meses de interrupção nas negociações.
O encontro de foi abalado pela denúncia, na semana passada, de que o Irã começou a construir "de maneira clandestina" uma nova unidade de enriquecimento de urânio sob uma colina ao sudoeste de Teerã. O regime iraniano nega que tenha agido em segredo, alega que informou à Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) quatro dias antes da denúncia americana e afirma que escolheu essa localização para prevenir possíveis ataques.
Ghafourifard reiterou que a paciência do Irã "tem um limite e que o problema foi discutido durante três ou quatro anos, e o Ocidente sempre exigiu a suspensão do enriquecimento". "Se não querem entender nossa posição, que é a do enriquecimento de urânio para fins pacíficos, então talvez não faça sentido continuar no Tratado de Não-Proliferação", argumentou.