Irã promete abrir programa nuclear para inspeção internacional

Obama diz que reunião na Suíça entre potências e Teerã foi positiva, mas cobra acesso completo às instalações

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Por Efe , Reuters e AP
Atualização:

O Irã se comprometeu nesta quinta-feira, 2, em permitir inspeções da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) a instalações de seu programa nuclear, após uma reuniões com representantes de EUA, Reino Unido, China, Rússia, França e Alemanha, em Genebra, na Suíça.

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O chefe da AIEA, Mohammed El Baradei, deve visitar o Irã nas próximas duas semanas, convidado por autoridades persas. O presidente americano, Barack Obama, considerou positivo o encontro de hoje, mas exigiu que o Irã garanta acesso total a suas instalações atômicas. "Conversas não substituem a ação. Nossa paciência não é infinita", disse Obama sobre a promessa iraniana.No encontro, ficou acertada também uma nova reunião entre o chamado sexteto e representantes de Teerã em até 15 dias, de acordo com o chefe de política externa da UE, Javier Solana. Este fato foi apontado por fontes diplomáticas como a prova mais evidente de que há vontade de diálogo e de cooperação.Nas Nações Unidas (ONU), o ministro das Relações Exteriores do Irã, Manouchehr Mottaki, confirmou que a nova usina de Qom, cuja existência era desconhecida da comunidade internacional, será aberta para inspeções. "A visita de um membro da AIEA está a caminho", disse o diplomata. Segundo ele, o Irã está disposto a discutir uma série de questões, sem mencionar a polêmica nuclear. De acordo com Solana, foi decidido também que, em coordenação com a AIEA, será retirado urânio enriquecido a baixo nível do Irã e se entregará a um terceiro país, para que o enriqueça até um nível suficiente para ser devolvido ao regime iraniano a fim de utilizá-lo na usina nuclear com fins científicos. O urânio com baixo nível de enriquecimento é utilizado geralmente para produção de energia. A Rússia já se mostrou disposta a ser o "país terceiro" a enriquecer o urânio o reator nuclear iraniano, afirmaram nesta quinta agências russas citando um funcionário graduado. A proposta foi considerada positiva pelo governo da França.

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