
01 de julho de 2012 | 10h20
A medida da UE sobre a importações de petróleo é parte de uma campanha dos países do Ocidente com o objetivo de diminuir os ganhos do Irã com as exportações e tentar forçar o país a interromper seu programa nuclear. As nações ocidentais temem que o objetivo de tal programa seja desenvolver armas, mas o Irã nega.
'Todas as opções possíveis foram planejadas no governo para combater as sanções, e estamos totalmente preparados com elas' afirmou o ministro iraniano do Petróleo, Rostam Qasemi, em comentários no website do Ministério.
Ele disse que o petróleo iraniano ainda está sendo vendido nos mercados internacionais e que os importadores serão os grandes perdedores se o bloqueio causar um aumento de preços.
Os EUA também têm sanções em vigor contra o Irã, embora tenha poupado todos os 20 maiores compradores do petróleo iraniano de outras medidas no momento.
A União Europeia proibiu novos contratos de importações do petróleo iraniano em janeiro, mas permitiu que os já em vigor continuassem até 1º de julho. O embargo também engloba o transporte do petróleo do Irã e a proteção aos que carregam o produto.
Há sinais de que o embargo já está causando impacto na economia iraniana.
As exportações de petróleo do país caíram 40 por cento neste ano. Segundo estimativas da UE, o petróleo representa cerca de 80 por cento das receitas com exportações do país e metade da renda da nação. O Irã costumava exportar 20 por cento de seu produto para países da União Europeia.
A inflação no Irã está na casa dos 20 por cento. Dezenas de milhares de iranianos perderam o emprego, e o comércio entre Irã e Europa caiu pela metade em um ano, de acordo com dados de março da Eurostat.
O presidente do banco central do Irã afirmou que o país possui 150 bilhões de dólares em reservas internacionais para se proteger das sanções.
'Estamos implementando programas para combater as sanções e vamos confrontar essas políticas maldosas' afirmou Mahmoud Bahmani à agência de notícias Mehr.
Nas três rodadas de negociações, as potências do Ocidente exigiram que Teerã interrompa suas atividades de alto enriquecimento de urânio, transporte todo o produto para fora do país e feche uma importante usina que usa para a produção.
O Irã diz que seu programa nuclear tem fins pacíficos, mas os países do Ocidente e Israel temem que a nação esteja construindo armas nucleares.
'Sanções petrolíferas sem precedentes entraram em vigor contra o Irã', afirmou o Secretário de Relações Exteriores britânico, William Hague, em comunicado neste domingo.
'Essas são as medidas mais duras que a UE adotou contra o Irã até agora. Elas sinalizam nossa clara determinação em intensificar a pressão diplomática pacífica contra o governo iraniano'.
(Reportagem adicional de Avril Ormsby)
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