
08 de dezembro de 2007 | 16h14
O Irã protestou junto a Washington contra a "espionagem" dos Estados Unidos de atividades nucleares do Estado islâmico, informou a agência de notícias oficial Irna, depois da divulgação do relatório de inteligência norte-americano que afirma que o programa nuclear bélico de Teerã está estagnado desde 2003. O ministro de Relações Exteriores, Manouchehr Mottaki, disse que o Irã enviou uma carta de protesto a seu arqui-inimigo através da embaixada suíça em Teerã, que cuida dos interesses norte-americanos no país, disse a Irna neste sábado, 8. "O ministro entregou uma carta à embaixada suíça em Teerã... exigindo explicações sobre a espionagem dos Estados Unidos no caso nuclear do Irã", afirmou Mottaki em discurso a estudantes em Terrã. Segundo ele, a carta foi entregue pouco depois que o relatório de inteligência foi publicado na segunda-feira, 7, em Washington. O presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, havia elogiado o relatório por ocasião de sua publicação. O conteúdo do documento, que contradiz as acusações do presidente George W. Bush de que o Irã pretende construir armamento nuclear, é uma vitória para Teerã, disse Ahmadinejad. Mottaki disse neste sábado que o relatório deixou claro que existem operações de vigilância, incluindo o uso de satélites. "O Irã acompanhará seriamente a questão da espionagem", disse. Bush afirmou que o Irã continua a representar um perigo, porque está desenvolvendo tecnologia para uso militar. Mas os resultados da inteligência deverão aumentar a resistência da Rússia e da China às exigências dos EUA de impor mais sanções contra o Irã, depois que duas rodadas de sanções foram impostas desde dezembro. MentirasAnalistas afirmam também que o relatório dos EUA, que chegou a conclusões opostas de estudos anteriores, torna um ataque do país contra o Irã muito menos provável. O Irã afirma que suas atividades nucleares sempre tiveram fins pacíficos de produção de eletricidade, de forma que o quarto maior produtor mundial de petróleo possa exportar mais petróleo e gás natural. Mottaki disse que 70% do relatório norte-americano "reflete a realidade das atividades nucleares pacíficas do Irã", segundo informou a Irna. O ministro disse que os outros 30%, referentes às atividades bélicas anteriores a 2003, seriam "mentiras", segundo a agência de notícias Mehr. O secretário de Defesa dos EUA, Robert Gates, disse em Bahrein, neste sábado, que o Irã ainda representa uma ameaça, alegando que o país tem capacidade de reiniciar seu programa de armas. Gates também disse, em uma conferência de segurança, que o Irã continua a enriquecer urânio, que tem usos tanto militares, quanto civis. A embaixada suíça representa os interesses dos EUA no Irã porque Washington não tem uma missão diplomática no país desde 1980, quando estudantes iranianos invadiram a embaixada e mantiveram 52 norte-americanos como reféns por 444 dias. Em maio, o ministro das Relações Exteriores do Irã convocou o embaixador suíço a Teerã para condenar o que chamou de apoio norte-americano a redes de espionagem dentro da República Islâmica.
Encontrou algum erro? Entre em contato