TEERÃ - O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, disse nesta segunda-feira, 28, que seu país não negociará com as potências ocidentais a respeito de seu programa nuclear antes do fim de agosto. A medida, segundo o mandatário, é uma "punição" aos países que votaram a favor de novas sanções do Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU) contra o país persa em junho.
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Em Teerã, Ahmadinejad disse a jornalistas que a decisão do governo é "uma punição ao Ocidente para ensiná-los o modo de negociar do Irã".
Ahmadinejad também disse desejar que Brasil e Turquia participem das negociações internacionais sobre o programa nuclear. Em maio, Irã, Brasil e Turquia firmaram um acordo, prevendo que o Irã enviasse urânio pouco enriquecido ao território turco, recebendo posteriormente em troca combustível para seu reator em Teerã.
O acordo foi visto pelos três países como um passo importante para romper o impasse, mas as potências fizeram ressalvas ao documento e acabaram aprovando uma quarta rodada de sanções ao Irã no Conselho de Segurança da ONU, no início de junho.
As sanções foram aprovadas pela recusa de Teerã a interromper o processo de enriquecimento de urânio, que pode ter tanto fins pacíficos como bélicos. Membros temporários no Conselho de Segurança, Brasil e Turquia se opuseram à resolução punindo o Irã, mas foram voto vencido.
Guerra psicológica
Também nesta segunda, o Irã acusou a Agência Central de Inteligência (CIA, na sigla em inglês) dos EUA de realizar uma "guerra psicológica" depois de o diretor deste órgão, Leon Panetta, dizer a um canal de televisão que o país persa dispõe de urânio enriquecido suficiente para a "fabricação de armas nucleares" e que poderia produzir uma bomba atômica em dois anos.
"Esse tipo de declaração é parte de uma guerra psicológica lançada para dar uma visão negativa das atividades nucleares pacíficas do Irã", disse Ramin Mehmanparast, porta-voz do Ministério de Exteriores do Irã, acrescentando que o programa nuclear iraniano tem fins pacíficos.
"Os responsáveis americanos e em particular seus serviços de inteligência sabem melhor que ninguém que o programa nuclear iraniano não é, de maneira nenhuma, militar", concluiu.