
09 de agosto de 2012 | 15h21
Mais de 25 nações estavam presentes na conferência, mas significativamente nenhuma deles apoia a oposição síria ou pediu que o presidente Bashar al-Assad deixe o poder.
A televisão estatal transmitiu a declaração de abertura da reunião, em que Salehi disse que estavam presentes delegações da Rússia, China, Iraque, Paquistão, Jordânia, Índia, entre outros.
"A República Islâmica do Irã acredita firmemente que a crise síria só pode ser resolvida por meio de negociações sérias e inclusivas entre o governo e grupos de oposição que possuem apoio popular na Síria", afirmou Salehi no início da conferência em Teerã para discutir a agitação.
No discurso transmitido ao vivo na televisão iraniana, Salehi disse que o Irã "rejeita qualquer intervenção estrangeira e militar na Síria e apoia os esforços da ONU para resolver a crise".
O governo sírio afirmou que está pronto para o diálogo, mas a oposição argumenta que Assad deve deixar o cargo como condição para qualquer negociação. As hostilidades contínuas em Aleppo, onde o Exército sírio está bombardeando rebeldes, torna improvável que haja negociações no futuro próximo.
Também presente na reunião estava a coordenadora residente das Nações Unidas para Teerã, Consuelo Vidal-Bruce, que leu uma declaração do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon.
"Tanto o governo quanto a oposição continuam a depender de armas", afirmou a declaração traduzida, e essas ações terão "consequências trágicas para o povo sírio".
Em um artigo de opinião publicado pelo Washington Post na quarta-feira, Salehi advertiu que haveria consequências catastróficas se Assad saísse do poder.
"A sociedade síria é um belo mosaico de etnias, religiões e culturas, e ficará em pedaços se o presidente Bashar al-Assad cair abruptamente", afirmou.
Enquanto Salehi disse que o Irã buscava uma solução que fosse do "interesse de todos", os diplomatas ocidentais rejeitaram a conferência como uma tentativa de desviar a atenção dos acontecimentos sangrentos em terra e preservar o regime de Assad.
"O apoio da República Islâmica ao regime de Assad é dificilmente compatível com uma genuína tentativa de conciliação entre as partes", disse um diplomata ocidental em Teerã.
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