Irã rejeita trégua com grupo armado curdo

Guarda Revolucionária disse que cessar-fogo 'não faz sentido' enquanto curdos atuarem no país

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TEERÃ

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 - A Guarda Revolucionária do Irã rejeitou nesta segunda-feira, 5, um cessar-fogo declarado pelo Partido da Vida Livre do Curdistão (PJAK), alegando que ele "não faz sentido" enquanto o grupo rebelde permanecer atuando na República Islâmica, informou a agência semioficial de notícias Fars.

O PJAK é uma dissidência do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), maior grupo separatista curdo da Turquia.

No sábado, o Irã disse que seus soldados mataram 30 combatentes do PJAK e feriram 40 em vários dias de combate.

O PKK acusa a Turquia e o Irã de coordenarem seus ataques contra rebeldes curdos, e diz que em resposta a isso irá se aliar ao PJAK.

A Guarda Revolucionária recebeu com ceticismo a trégua anunciada no domingo pelo PJAK em seu site (www.pjak.org).

"Queremos que eles deixem as nossas fronteiras", disse à Fars o coronel Hamid Ahmadi. "Se não, o anúncio de um cessar-fogo pelo grupo terrorista PJAK não faz sentido."

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"O comunicado não é claro nem completo", disse ele, acrescentando que o grupo curdo anunciará nesta segunda-feira sua retirada do território iraniano, mas não explicou como ficou sabendo disso antecipadamente.

O Irã havia declarado uma trégua contra o PJAK durante o mês islâmico sagrado do Ramadã, que terminou na terça-feira. Na semana passada, os militares iranianos lançaram uma ofensiva contra os rebeldes curdos nas montanhas que demarcam a fronteira do país com o Iraque.

Antes, a imprensa iraniana noticiou que o PJAK havia realizado emboscadas e sabotado gasodutos na região.

Nem a Turquia nem o Irã citaram números de vítimas civis decorrentes das suas operações contra os rebeldes na região curda do Iraque. Centenas de pessoas já fugiram desde meados de julho para pequenos campos de refugiados.

No sábado, soldados iranianos mataram um pastor curdo nos arredores da localidade fronteiriça de Haj Umran, segundo o prefeito local, Maghdid Ahmed.

O prefeito da localidade iraquiana de Siydah Khan afirmou também que uma mulher foi morta e duas pessoas ficaram feridas ao longo das cinco horas de ataques da artilharia iraniana no domingo.

"Sete aldeias na área foram desocupadas por causa do bombardeio", disse Kirmange Azat Sulaiman à Reuters.

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A onda de violência nas áreas curdas da Turquia, do Iraque e do Irã irrompeu depois da morte de mais de 40 membros das forças de segurança turcas por causa de ações do PKK em julho. A Turquia diz ter matado entre 145 e 160 militantes em bases do PKK no norte do Iraque em agosto.

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