Irã responderá 'duramente' a qualquer ataque, diz vice-ministro

Segundo vice-chanceçer, povo iraniano é 'pacífico' e só investe em sistema de defesas por causa das 'ameaças'

PUBLICIDADE

Por Agência Estado
Atualização:

O vice-ministro das Relações Exteriores do Irã, Ali Ahani, afirmou que seu país não pretende iniciar nenhuma guerra, mas promete responder "duramente" a qualquer ataque. A afirmação consta de uma entrevista ao jornal croata Vecernji List, publicada nesta segunda-feira, 22, e vem a público em um momento de preocupação internacional sobre o programa nuclear iraniano.

 

Veja também:

linkIrã construirá mais duas usinas de enriquecimento de urânio

linkApós relatório da AIEA, Ocidente planeja sanções contra o Irã

linkIrã rechaça suspeitas sobre programa nuclear do país

linkAgência da ONU teme que Irã possa fabricar armas nucleares

 

PUBLICIDADE

Israel, que acusa o Irã de tentar adquirir armas atômicas secretamente, não exclui a possibilidade de atacar instalações nucleares do país. Teerã garante ter apenas um programa nuclear com fins pacíficos, como a produção de energia.

Publicidade

 

Questionado sobre os investimentos do Irã em armas, Ahani garantiu que o povo iraniano é "pacífico" e seu país investe apenas em "caráter defensivo", por causa das "ameaças". O Irã deseja comprar um sistema antimísseis S-300, da Rússia. Israel e o Ocidente consideram essa transação uma ameaça.

 

Na semana passada, o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, afirmou que Israel estava planejando uma guerra contra o Irã nos próximos meses, mas ainda não tomou uma decisão final. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, negou a versão.

 

O primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, afirmou que um ataque preventivo ao Irã seria "um desastre". Em entrevista ao jornal espanhol El País publicada também nesta segunda, Erdogan afirma que é preciso seguir negociando com Teerã. Questionado sobre um possível ataque, o líder turco afirmou que isso representaria "um desastre para a região, um desastre de consequências imprevistas. Seria algo inimaginável, que eu nem quero imaginar".

 

Embargo

VEJA TAMBÉM:
Especial: O programa nuclear do Irã
Cronologia: O histórico de tensões e conflitos do país

 

Também nesta segunda, Netanyahu renovou seu pedido para que a comunidade internacional imponha um embargo de petróleo ao Irã, por causa do programa nuclear do país. "Nós devemos proibir as exportações de petróleo e as importações de produtos refinados de petróleo pelo Irã. Nenhuma outra sanção será eficaz", apontou Netanyahu. Israel vê o Irã como seu principal inimigo, desde que o presidente iraniano afirmou que o país deveria ser "varrido do mapa" do Oriente Médio.

 

O chefe do programa nuclear iraniano, Ali Akbar Salehi, afirmou que o país considera construir duas novas plantas de enriquecimento de urânio a partir de março. Esse processo pode servir tanto para fins pacíficos como para a produção de bombas. O Irã já tem uma planta para enriquecer urânio, em Natanz, e constrói uma segunda, perto da cidade sagrada de Qom, em uma zona montanhosa. Salehi disse que as novas plantas devem ficar escondidas entre montanhas, para evitar "quaisquer ataques".

Publicidade

 

AIEA

 

O ministro das Relações Exteriores do Irã, Manouchehr Mottaki, criticou o relatório divulgado pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) na sexta-feira. Firmado pelo diretor-geral da AIEA, Yukio Amano, o documento demonstra preocupação com o programa nuclear iraniano. Segundo Mottaki, o relatório mostra que Amano não tem experiência suficiente para o cargo. O diplomata japonês assumiu o cargo no início de dezembro, no lugar do egípcio Mohammad ElBaradei. Para o ministro iraniano, Amano tem um "longo caminho" até obter a mesma experiência de ElBaradei. As informações são da Dow Jones.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.