Irã sugere avanço em negociação nuclear com ONU, mas sem acordo

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O Irã sinalizou que houve progressos nesta quarta-feira em suas negociações com a agência nuclear da Organização das Nações Unidas (ONU), mas ainda não houve acordo entre as duas partes sobre a controversa atividade atômica da República Islâmica. O embaixador iraniano junto à Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Ali Asghar Soltanieh, disse que uma nova reunião vai ocorrer, mas não citou datas. A AIEA não se manifestou de imediato sobre a reunião desta quarta-feira em Teerã. A agência esperava resolver persistentes diferenças com o Irã que impedem a agência de retomar uma investigação sobre supostas pesquisas iranianas para o desenvolvimento de armas nucleares. O Irã diz que as suspeitas são infundadas. A aparente falta de acordo na discussão desta quarta-feira não é surpresa para diplomatas ocidentais que acusam o Irã de há anos obstruir o trabalho da AIEA, acusação que Teerã rejeita. Potências mundiais buscam nas negociações entre Irã e AIEA um sinal de que Teerã esteja finalmente pronto para começar a esclarecer as preocupações que cercam seu programa nuclear. Estados Unidos e seus aliados acreditam que a República Islâmica esteja tentando desenvolver armas nucleares, embora Teerã insista no caráter pacífico das suas atividades. Sem entrar em detalhes, Soltanieh disse que o Irã e a AIEA concordaram sobre "alguns pontos" do eventual acordo que norteie as investigações da agência. Há mais de um ano a AIEA pleiteia acesso a autoridades, documentos e locais que o Irã diz não terem ligações com o seu programa atômico. Soltanieh disse à emissora iraniana Press TV que as diferenças que restam serão discutidas numa próxima reunião. A emissora exibiu um letreiro noticioso dizendo: "Irã e AIEA próximos de acordo sobre marco estruturado". A prioridade mais imediata da AIEA é visitar a base militar de Parchin, a sudeste de Teerã, onde a agência suspeita que tenham ocorridos testes de explosivos relevantes para o uso em armas nucleares, talvez há uma década. Teerã nega que isso tenha ocorrido. No ano passado, os Estados Unidos deram prazo até março para que o Irã comece a cooperar com a AIEA sob pena de ter seu caso remetido ao Conselho de Segurança da ONU. O país já sofre sanções da entidade por causa do seu programa nuclear. (Por Yeganeh Torbati, com reportagem adicional de Zahra Hosseinian, em Zurique; e de Fredrik Dahl, em Viena)

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