03 de dezembro de 2009 | 18h30
A AIEA censurou o Irã por construir secretamente uma nova usina de enriquecimento de urânio perto da cidade de Qom, e pediu a paralisação das obras. A resolução foi aprovada por 25-3 votos, com 6 abstenções.
"O Parlamento irá rever as relações do Irã com os países que votaram a favor da recente resolução contra nós", disse Ali Larijani à agência estatal de notícias Irna.
No domingo, o Irã havia anunciado a construção de mais dez usinas de enriquecimento em retaliação à resolução da AIEA. E, na quarta-feira, o país afirmou que irá purificar seu estoque de urânio até o nível necessário para o uso em um reator médico que existe em Teerã --algo que aos olhos ocidentais se trata de um grande passo no sentido do urânio altamente enriquecido, necessário para o uso em armas nucleares.
O Irã alega que suas atividades atômicas se destinam apenas à geração de eletricidade e a pesquisas com fins pacíficos.
O anúncio parece ser a sentença de morte para um acordo com potências globais, pelo qual o Irã enviaria ao exterior o material para ser transformado em combustível para o reator médico.
Rússia e China, que têm poder de veto no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) e tradicionalmente bloqueiam punições ao Irã, apoiaram a resolução da AIEA, e o governo de Moscou parece cada vez mais aberto à possibilidade de novas sanções a Teerã.
Mas, nesta quinta-feira, o primeiro-ministro Vladimir Putin disse a jornalistas que a Rússia "não tem informações de que o Irã estaria trabalhando na criação de uma arma nuclear."
Já o porta-voz da Casa Branca, Robert Gibbs, afirmou a jornalistas que "o tempo está se esgotando", que está ficando "bastante claro" que Teerã irá abandonar o acordo sobre o combustível nuclear, e que o prazo para uma resposta à oferta das grandes potências continua sendo o fim deste ano.
Em Berlim, a chanceler alemã, Angela Merkel, disse a jornalistas: "Estamos seguindo dois caminhos: por um lado, fazendo ao Irã ofertas para um desenvolvimento bom, comum; mas, por outro, estamos dizendo que, se não for esse o caso - e nossa paciência está sendo gravemente testada - novas sanções devem ser consideradas."
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