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Iraque quer executar autoridades da época de Saddam Hussein

Atualização:

O governo do Iraque reiterou na terça-feira seu clamor para que prossigam as execuções das autoridades do regime deposto de Saddam Hussein apesar das objeções do presidente e do vice-presidente do país. "O gabinete apela ao conselho da presidência para que aprove as decisões emitidas pelo Alto Tribunal Iraquiano contra os criminosos condenados à morte", disse o porta-voz do governo, Ali al-Dabbagh, em um comunicado. O primo de Saddam Ali Hassan al-Majeed, o ex-ministro da Defesa Sultan Hashem e o ex-comandante do Exército Hussein Rashid Muhammed foram condenados à morte por sua atuação na campanha militar de Anfal contra os curdos em 1988. Majeed tem outras duas sentenças de morte, uma por sufocar uma revolta xiita em 1991 e outra por matar e desalojar muçulmanos xiitas em 1999. A primeira pena de morte contra Majeed, em 2007, foi amplamente comemorada, mas o presidente iraquiano, o curdo Jalal Talabani, e o vice-presidente sunita Tareq al-Hashemi opuseram-se à execução de Hashem e de Muhammed, argumentando que os dois militares estavam seguindo ordens. A questão indispõe Talabani e Hashemi com o primeiro-ministro do Iraque, o xiita Nuri al-Maliki, cujos correligionários sofreram terrivelmente durante o governo de Saddam, pertencente à minoria sunita. Embora Talabani e Hashemi não tenham objeções com relação à execução de Majeed, a contenda legal segurou a execução de todos os três sentenciados pela campanha de Anfal. Eles deveriam ter sido enforcados dias depois que uma corte de apelações iraquiana manteve as penas de morte, em setembro de 2007. Majeed ganhou o apelido de "Ali Químico" pelo uso de gás venenoso e enfrenta um outro julgamento, ainda em andamento, por usar gás contra 5 mil curdos no vilarejo de Halabja, no norte do Iraque, em março de 1988. Saddam Hussein foi executado em 2006.

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