
05 de novembro de 2007 | 11h57
Cerca de 2,3 milhões de iraquianos - em sua maioria mulheres e crianças - deixaram suas casas, mas ainda permanecem dentro das fronteiras do país e sofrem com a falta de serviços básicos, de acordo com um relatório da entidade Crescente Vermelho iraquiano divulgado nesta segunda-feira, 5. O número de refugiados no país cresceu 16% em setembro frente ao mês anterior, para 2,299 milhões, segundo a entidade, grupo semelhante à Cruz Vermelha que age em nações muçulmanas. Isso representa um grande aumento desde o início de 2007, quando menos de meio milhão de pessoas foram deslocadas. Mais de 83% são compostos por crianças abaixo dos 12 anos e mulheres. Mesmo após mais de quatro anos depois da invasão dos Estados Unidos, o governo iraquiano falha em não oferecer serviços básicos - como saneamento, energia elétrica e acesso a escolas e hospitais - para os cidadãos em grande parte do país. A maior parte do Iraque, especialmente a capital, Bagdá, está saturada pela violência e pela infra-estrutura destruída, o que impede muitos grupos humanitários de chegarem até as vítimas mais necessitadas. "Além disso, muitos sofrem com doenças, com a miséria e com a desnutrição", ressalta o relatório. "Crianças não freqüentam escolas e são alojadas em abrigos, os quais são abandonados e não têm água e eletricidade, em mesquitas, igrejas ou deixadas com parentes", descreve o documento da entidade. Mais de 60% dos refugiados iraquianos são de Bagdá. "A cidade tem o maior número de deslocados por causa das explosões, das operações militares e dos conflitos armados." Para a pesquisa, o Crescente Vermelho uniu relatórios colhidos nas 18 províncias iraquianas por funcionários e voluntários. O grupo conta atualmente com 5 mil membros e 95 mil voluntários trabalhando em 365 escritórios ao redor do mundo.
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