
10 de janeiro de 2014 | 21h32
Militares e autoridades locais disseram que os tanques, a artilharia e as tropas que rodeiam a cidade, 70 quilômetros a oeste de Bagdá, não atacariam enquanto estavam em andamento os esforços para pôr fim ao conflito de maneira pacífica.
Militantes do grupo Estado Islâmico do Iraque e do Levante (ISIL), ligado à Al Qaeda e que também combate na vizinha Síria, tomaram o controle de Faluja e partes de Ramadi em 1 de janeiro com a ajuda de tribos aliadas armadas.
Pelo menos 60 civis, militantes e combatentes de tribos perderam a vida nas duas cidades desde que o problema surgiu - 43 em Ramadi e 17 em Faluja -, disseram funcionários de saúde na província de Anbar, sem citar vítimas militares.
A incursão dos militantes foi um forte desafio ao governo xiita do primeiro-ministro iraquiano, Nuri al-Maliki, que está lutando contra uma crescente presença do ISIL em Anbar, uma região dominada por sunitas.
A extensa região desértica do oeste do Iraque foi anteriormente o coração da insurgência após a invasão dos Estados Unidos em 2003 que provocou a queda de Saddam Hussein e favoreceu a dominação da maioria xiita.
Milhares de moradores de Faluja fugiram por temer um ataque militar, mas no momento a prioridade é encontrar uma solução política, disseram autoridades.
"Foi tomada a decisão de não atacar a cidade e de criar um espaço para que os líderes locais resolvam a crise", disse Falih al-Essawi, membro do conselho provincial de Anbar, que participa das negociações com líderes comunitários em Faluja.
"O governo central concordou totalmente com isso e nos deu todo o seu respaldo", disse Essawi à Reuters por telefone.
(Reportagem adicional de Kamal Na'ama, em Faluja; e de Ahmed Rasheed e Alistair Lyon, em Bagdá)
Encontrou algum erro? Entre em contato
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.