PUBLICIDADE

Israel anuncia construção de mais casas para colonos

Por JEFFREY HELLER
Atualização:

Israel anunciou na quarta-feira a construção de 851 novos imóveis para colonos na Cisjordânia ocupada, horas depois de o Parlamento rejeitar um projeto que legalizaria todos os apartamentos de colonos em terrenos particulares pertencentes a palestinos. Os palestinos temem que os assentamentos, construídos em territórios capturados em 1967 por Israel, inviabilizem a criação do seu Estado. Desde 2010, eles condicionam a retomada do processo de paz na região ao congelamento da atividade colonizadora. O ministro da Habitação, Ariel Atias, divulgou nota anunciando a construção de 551 unidades habitacionais em vários assentamentos da Cisjordânia, e o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu havia informado anteriormente que 300 apartamentos seriam erguidos na comunidade de Beit El. Atias disse que há terrenos disponíveis nos assentamentos de Ariel, Maale Adumim, Adam, Efrat e Kiryat Arba. Netanyahu obteve uma vitória no Parlamento contra deputados de ultradireita que pretendiam legalizar todas as moradias de colonos em terrenos pertencentes a palestinos na Cisjordânia. O líder da direita disse que pretende agora cumprir uma sentença da Suprema Corte e aceitar a retirada de cinco apartamentos construídos em áreas disputadas de Beit El. O projeto derrotado no Parlamento por 69-22 votos era apontado por críticos como uma violação ao Estado de direito em Israel, já que se sobrepunha a uma decisão da Suprema Corte e legalizava retroativamente esses imóveis e milhares de outros nas mesmas condições. Horas antes da votação, Netanyahu obteve aprovação do Ministério Público para transferir as 30 famílias alojadas nos imóveis disputados para uma zona militar próxima a Beit El. Líderes dos colonos e seus apoiadores parlamentares, inclusive membros do partido Likud, de Netanyahu, eram contra essa proposta. Nesse contexto, a promessa de Netanyahu para a construção de 300 novas moradias na Cisjordânia foi uma aparente tentativa de satisfazer os colonos e seus simpatizantes, tradicional base eleitoral do Likud. O anúncio israelense foi criticado pelos EUA. "“Temos muito claro que a continuidade da atividade colonizadora na Cisjordânia abala os esforços de paz e contradiz os compromissos e obrigações israelenses", disse o porta-voz do Departamento de Estado, Mark Toner. A Corte Mundial da ONU considera que os assentamentos são ilegais, mas Israel, citando ligações bíblicas e históricas com o território, contesta isso. (Reportagem adicional de Ori Lewis)

Tudo Sobre
Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.