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Israel autoriza construção de 455 casas na Cisjordânia

Por JEFFREY HELLER
Atualização:

Israel aprovou nesta segunda-feira a construção de 455 casas para colonos na Cisjordânia ocupada, uma iniciativa à qual se opõem os Estados Unidos, seu aliado, e os palestinos, mas que pode abrir caminho para um congelamento de construções que Washington procura conseguir. Uma lista redigida pelo Ministério da Defesa das primeiras autorizações de construção desse tipo concedidas desde a posse do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, em março, mostra que as casas serão erguidas em áreas que Israel diz que pretende conservar num futuro acordo de paz com os palestinos. O negociador palestino chefe, Saeb Erekat, disse que a decisão de Israel faz com que seja ainda mais difícil acreditar que o país seja um parceiro digno de crédito para um paz. Autoridades israelenses anunciaram na sexta-feira que Netanyahu pretendia dar luz verde para a construção de novos projetos na Cisjordânia ocupada, atraindo a condenação imediata da Casa Branca. Assinadas pelo ministro da Defesa, Ehud Barak, as autorizações de construção de 455 unidades habitacionais foram vistas em Israel como tentativa do premiê de abrandar a postura do partido Likud e dos integrantes de seu governo que são a favor dos assentamentos, antes de concordar com um congelamento do início de novas construções. "É uma gigantesca cortina de fumaça," disse um líder de colonos, Pinhas Wallerstein, sugerindo que a medida não tenha passado de um gesto simbólico que mascara a intenção real de Israel curvar-se às pressões dos EUA para frear a ampliação dos assentamentos. O presidente Barack Obama, levantando a perspectiva de medidas por parte de países árabes para normalizar as relações com Israel, vem pressionando Netanyahu para que congele as construções nos assentamentos, para abrir o caminho para uma retomada das negociações de paz israelo-palestinas, suspensas desde dezembro. Um alto funcionário do governo israelense disse que o anúncio das autorizações de construção é um passo em direção a um acordo "de pacote" que pode incluir "restrições muito fortes ao crescimento dos assentamentos - possivelmente um congelamento."

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