
01 de novembro de 2011 | 17h47
JERUSALÉM - O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, pediu a aceleração da construção de cerca de 2 mil unidades habitacionais em áreas da Cisjordânia e ao redor de Jerusalém, segundo um comunicado oficial divulgado nesta terça-feira, 1.
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A declaração veio depois que Netanyahu convocou uma sessão especial de gabinete para discutir a adesão plena dos palestinos à Unesco, a agência cultural da Organização das Nações Unidas, um movimento que Israel e Estados Unidos são contra.
Um alto funcionário do governo disse após a reunião que o gabinete também decidiu suspender as transferências de dinheiro para a Autoridade Palestina como uma medida temporária até que uma decisão final seja tomada. "Não se pode exigir do público israelense que continue mostrando moderação quando a liderança palestina continua a bater a porta na cara deles", disse o funcionário, sob condição de anonimato.
'Destruição do processo de paz'
Em resposta, a presidência palestina afirmou que Israel decidiu "acelerar a destruição do processo de paz", segundo o porta-voz Nabil Abu Rdainah. Ele também considerou como "desumana" a decisão do governo israelense de congelar temporariamente a transferência de fundos.
Segundo o comunicado israelense, as novas construções serão em "áreas que, em qualquer acordo futuro, permanecerão nas mãos de Israel". O funcionário disse que 1.650 das novas unidades são para partes do leste de Jerusalém e o resto para Efrat e Maale Adumim, assentamentos judaicos na Cisjordânia.
Na ausência de negociações de paz, que entraram em colapso há cerca de um ano devido à disputa sobre a construção de assentamentos, o presidente palestino, Mahmoud Abbas, tem buscado o reconhecimento da soberania pela ONU.
Os palestinos tentam estabelecer um Estado na Cisjordânia, Faixa de Gaza e Jerusalém Oriental, terras tomadas por Israel na Guerra dos Seis dias, em junho de 1967.
Na segunda-feira, a Unesco concedeu a adesão plena aos palestinos. Israel chamou a medida de uma "tragédia" que prejudicaria os esforços de paz, e os Estados Unidos disseram que, como resultado, interromperiam o financiamento da organização. Israel rotineiramente transfere fundos que recolhe da alfândega e outras taxas em nome da Autoridade Palestina.
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