Israel desiste de troca de prisioneiros com o Hamas, diz Egito

Segundo presidente egípcio, mediador do acordo, governo israelense mudou de ideia na última hora

PUBLICIDADE

Por Associated Press
Atualização:

O presidente egípcio Hosni Mubarak afirmou que Israel e o Hamas estiveram perto de um acordo para troca de prisioneiros que incluiria o soldado israelense Gilad Shalit, mas que o governo israelense desistiu no último momento. As declarações de Mubarak foram publicadas nesta sexta-feira, 10, em uma entrevista ao jornal israelense Yediot Ahronot.

 

PUBLICIDADE

Ambos os países estavam prestes a chegar a um acordo que trocaria prisioneiros palestinos por Gilad Schalit, detido pelo Hamas em junho de 2006. Israel, entretanto "desistiu na última hora e colocou tudo água abaixo", afirmou o presidente egípcio. O governo israelense não comentou a reportagem.

 

Mubarak disse que o acordo, mediado pelo Egito, fugiu do controle "quatro ou cinco meses atrás", próximo ao fim do mandato do ex-primeiro ministro israelense Ehud Olmert, quando Israel se recusou a libertar alguns dos prisioneiros que o Hamas pediu em troca de Schalit. Os comentário do presidente egípcio foram considerados dos mais fortes já feitos por ele publicamente.

 

"De repente eles dizem 'não, não podemos libertar esse prisioneiro, mas esse outro que nem está na lista do Hamas, esse sim podemos libertar'", explicou Mubarak. O acordo previa a troca de centenas de prisioneiros palestinos por Schalit, mas Israel se recusou a libertá-los ao Hamas alegando que poderiam voltar a cometer atos violentos.

 

Mubarak acredita que Schalit, embora esteja preso desde junho de 2006, esteja bem. O Hamas não permitiu que representantes da Cruz Vermelha visitassem o soldado.

 

Segundo o líder egípcio, quando o acordo for fechado, o soldado será transportado sob custódia do Egito e, depois de serem libertados os prisioneiros do Hamas, ele seguirá para Israel.

 

Os acordos entre as trocas de prisioneiros não haviam sido retomados desde que Benjamin Netanyahu assumiu como primeiro-ministro israelense, em abril.

Publicidade

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.