24 de outubro de 2012 | 20h30
O Hamas assumiu a responsabilidade por alguns dos ataques com foguetes e morteiros, levando alguns israelenses a especularem que a liderança local teria se sentido fortalecida com a visita do monarca árabe na terça-feira, que rompeu o isolamento diplomático do grupo.
Nos últimos meses, o Hamas evitava ataques contra Israel, que continuaram sendo realizados por outras facções militantes. A intensificação repentina da violência gera temores de uma escalada ainda maior.
O Hamas acusou Israel de ampliar seus ataques aéreos contra Gaza, supostamente numa reação à visita do xeique Hamad bin Khalifa al Thani. O grupo islâmico prometeu "continuar empunhando uma arma até que a Palestina seja liberada".
Israel criticou o Catar por supostamente tomar partido numa disputa entre grupos palestinos, aliando-se ao Hamas, grupo qualificado como terrorista pelo Ocidente. O Hamas governa a Faixa de Gaza desde uma breve guerra civil em 2007, e a Cisjordânia continua sob controle da facção Fatah, apoiada pelo Ocidente.
Alguns analistas dizem que a visita do emir, a primeira de um líder nacional a Gaza desde o início do governo do Hamas, é uma tentativa de construir pontes entre o grupo e o Ocidente.
Um funcionário palestino disse que o Egito está tentando mediar uma trégua na escalada entre o Hamas e Israel.
"Os contatos que o Cairo fez resultaram em uma promessa verbal do Hamas de acalmar a situação, e Israel disse que está monitorando a calma no terreno e que vai evitar ataques a não ser que seja alvo de disparos de foguetes de Gaza", disse a fonte.
As autoridades israelenses não se manifestaram.
No segundo dia de violência, um militante do Hamas foi morto na quarta-feira em um bombardeio que, segundo Israel, evitou o disparo de mais foguetes.
Na véspera, Israel havia matado três militantes do Hamas acusados de lançarem foguetes ou estarem prestes a fazê-lo.
(Reportagem de Nidal al-Mughrabi e Douglas Hamilton)
Encontrou algum erro? Entre em contato
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.