Israel e EUA não chegam a acordo sobre assentamentos

Netanyahu e Mitchell, entretanto, concordaram em renovar as negociações de paz com os palestinos

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Por Agência Estado e Associated Press
Atualização:

O primeiro ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e o enviado especial dos EUA para assuntos do Oriente Médio, George Mitchell, fracassaram ao tentar chegar a um acordo sobre a paralisação das construções de novos assentamentos na região da Cisjordânia, conforme anunciaram nesta quarta-feira, 26, em Londres, onde se reuniram. Veja também: linkEUA terão plano de paz para o Oriente Médio em setembro linkObama vê progresso em tema de assentamentos israelenses linkNetanyahu quer retomar negociação com palestinos em 2 meses linkIsrael diz que está próximo de acordo com EUA sobre colônias Apesar da falta de consenso quanto aos assentamentos, os representantes concordaram em renovar as negociações entre Israel e a Palestina. O encontro entre os dois lados provavelmente ocorrerá nas próximas semanas. O presidente palestino, Mahmoud Abbas, já indicou que aceita reunir-se com Netanyahu.

  

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Netanyahu havia dito antes do encontro que Israel havia tido grandes progressos em relação à retomada das negociações de paz com a Palestina. "Meu governo deu passos tanto em palavras quanto em ações para ir adiante", afirmou o israelense.

 

De acordo com Netanyahu, um acordo com Washington a respeito dos assentamentos deve acontecer nas próximas semanas. "A meta é encontrar um terreno comum com o governo americano, num marco que permita o recomeço de um processo de paz energizado," afirmou. "Para que este processo seja significativo, o mundo árabe tem de fazer parte."

 

Nesta quarta, Abbas disse estar aberto a um encontro com Netanyahu na Assembleia Geral das Nações Unidas, no mês que vem, segundo informaram funcionários do governo palestino. A reunião seria a primeira entre os dois líderes desde a posse de Netanyahu, em março deste ano.

 

Abbas se recusou a reabrir as negociações de paz até que Netanyahu interrompa todas as construções nos assentamentos israelenses na Faixa de Gaza. O líder israelense rejeita a exigência, embora tenha admitido que suspendeu a aprovação de novas construções.

 

Funcionários palestinos afirmaram que Abbas não está retirando a condição. Segundo ele, o encontro seria uma chance para conversar, mas não a retomada das negociações. As fontes falaram sob condição de anonimato, pois um encontro formal não foi marcado.

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Participação dos EUA

 

O presidente dos EUA, Barack Obama pretende alcançar em breve um acordo entre palestinos e israelenses e deverá relançar já em setembro um plano para as conversações de paz. Revelada pelo jornal britânico The Guardian, a informação é de diplomatas israelenses, americanos e europeus, que pediram anonimato para não prejudicar as negociações preliminares.

 

Para alcançar o compromisso, Obama teria prometido aumentar o cerco ao Irã - preocupação comum a Israel, à Autoridade Palestina (AP) e a países árabes. Os EUA, com apoio francês e britânico, devem apresentar uma resolução no Conselho de Segurança da ONU com o objetivo de incluir a exportação de petróleo e gás - assim como a importação de combustível refinado - no pacote de sanções contra Teerã. Segundo especialistas, um embargo desse tipo minaria a economia iraniana.

 

Em contrapartida, espera-se que Israel congele a expansão de assentamentos na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental. No encontro da terça-feira com seu colega britânico, Gordon Brown, Netanyahu admitiu frear "parte" da ocupação do território palestino. "O que estamos procurando com os EUA é uma fórmula que lance um processo de paz, mas permita aos moradores (de assentamentos) ter uma vida normal", disse o premiê.

 

Em troca de uma nova posição israelense na Cisjordânia, países árabes devem normalizar as relações com Israel. A reaproximação permitiria a Obama desatar os pontos mais sensíveis: as fronteiras definitivas dos dois Estados, o status de Jerusalém e a questão dos refugiados palestinos.

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