Israel insiste em continuar construções em Jerusalém

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Por ALLYN FISHER-ILAN
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Israel insistiu nesta sexta-feira que não irá alterar sua política de construir casas em Jerusalém Oriental, mantendo o atrito do governo com os EUA em torno de como retomar o processo de paz com os palestinos. A declaração sobre Jerusalém foi divulgada enquanto o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu reunia o núcleo de seu ministério para avaliar medidas de elevação da confiança que levem à retomada do processo de paz, conforme proposto por autoridades dos EUA durante a visita do premiê a Washington nesta semana. "A política israelense de construção em Jerusalém continua a mesma há 42 anos e não vai mudar", disse em nota o porta-voz de Netanyahu, Nir Hefez. O governo Obama pressiona Israel a parar a construção de casas para judeus em Jerusalém Oriental, território conquistado em 1967 e posteriormente anexado sem reconhecimento internacional. Há duas semanas, Israel anunciou a intenção de construir 1.600 novas casas nos arredores de Jerusalém, o que irritou os EUA especialmente por coincidir com a visita do vice-presidente Joe Biden ao país. Netanyahu não deseja desagradar aos EUA, mas teme que uma posição contrária aos assentamentos judaicos leve a uma implosão da sua coalizão de centro-direita. Os palestinos, que reivindicam Jerusalém Oriental como capital de um eventual governo, exigem o congelamento total das construções nos territórios ocupados como condição para aceitarem um processo indireto de negociações sob mediação dos EUA. Hefez disse que, durante sua viagem desta semana a Washington, Netanyahu e Obama chegaram a uma "lista de entendimentos", mas que restam algumas discordâncias. Um desses entendimentos, segundo o porta-voz, se baseia "no principio de que por um lado a política de construções em Jerusalém não muda, e, por outro, de que Israel está pronto para dar passos que movam o processo diplomático." Mais tarde, Hefez esclareceu que Washington não havia concordado com as obras em Jerusalém Oriental. Em declaração à Reuters, ele afirmou que a frase que dissera a uma rádio "se referia apenas à posição de Israel, e não se relacionava de forma alguma à posição norte-americana."

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