Israel recua forças de Gaza e ambos os lados declaram vitória

O conflito dos últimos dias matou cerca de 160 palestinos e 6 israelenses; cessar-fogo teve início quarta-feira

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Atualização:

ROTA 232, ISRAEL - Israel começou nesta quinta-feira, 22, a retirar suas forças militares que se preparavam para invadir a Faixa de Gaza, no segundo dia de um cessar-fogo que levou israelenses e palestinos a declararem vitória no conflito de oito dias. Tanques empoeirados e escavadeiras blindadas foram içados para veículos de transporte e assim deixaram os bosques de eucaliptos desordenados, onde já haviam acampado antes de invadirem Gaza em 2009. O conflito dos últimos dias matou cerca de 160 palestinos e 6 israelenses.

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Mas o Hamas, grupo islâmico que governa a Faixa de Gaza, se disse vencedor. "Da toca do leão, declaramos vitória", disse Abu Ubaida, porta-voz da ala armada do Hamas, acrescentando que a "alucinação de segurança" de Israel ficou exposta. Israel diz ter iniciado a ofensiva para conter os grupos militantes que até o fim de outubro haviam disparado mais de 700 foguetes de Gaza contra o território israelense. O ataque começou na quarta-feira da semana passada, quando um caça F16 bombardeou com precisão um carro onde estava o comandante militar do Hamas, causando sua morte. Em retaliação aos ataques, o Hamas continuou disparando foguetes, conseguindo pela primeira vez mirá-los na direção de Tel-Aviv e Jerusalém. Isso mudou o panorama e motivou comemorações entre os moradores de Gaza, aliviados também pelo fato de a invasão não ter acontecido. Israel diz que os militantes dispararam 1.500 foguetes, dos quais dois causaram mortes. Alguns desses projéteis são caseiros, outros são contrabandeados do Irã.

Mas 84% dos foguetes disparados de Gaza foram abatidos em pleno voo pelo novo sistema israelense de defesa antiaérea, chamado Domo de Ferro. A ofensiva israelense matou mais de 30 milicianos palestinos e destruiu arsenais e lançadores.

Veja imagens do conflito:

O ministro israelense da Defesa, Ehud Barak, disse que o cessar-fogo mediado pelo Egito é "uma ponte de papel para os derrotados, para que eles possam explicar ao seu público como são capazes de até mesmo mostrar o rosto depois que foram atingidos durante uma semana". Barak disse que a trégua "pode durar nove meses, pode durar nove semanas, e quando não durar mais saberemos o que fazer". Ele disse, no entanto, que Israel não deseja voltar a Gaza, e que está convencido de que o Hamas e a Jihad Islâmica tampouco querem "uma repetição do que aconteceu na última semana". Ônibus vazios desciam a Rota 232, que corre paralela à Faixa de Gaza, de norte a sul, para pegar os soldados, sem dúvida aliviados ao saber que não teriam de entrar no enclave.

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