Israelenses e palestinos retomam diálogo e dizem que acordo é possível

Netanyahu pede concessões dolorosas e mútuas; Abbas quer fim de colônias e bloqueio a Gaza

PUBLICIDADE

Foto do author Luiz Raatz
Por Luiz Raatz
Atualização:

Netanyahu e Abbas se cumprimentam. Foto: J. Scott Applewhite/APSÃO PAULO- A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, abriu as negociações diretas de paz entre israelenses e palestinos nesta quinta-feira, 2, em Washington com uma declaração conjunto no departamento de Estado ao lado do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas. Ambos se comprometeram a fazer concessões para alcançar um acordo em um ano.

 

 

PUBLICIDADE

"A paz verdadeira só pode ser alcançada com concessões dolorosas e mútuas. O povo de Israel esta preparado a percorrer um longo caminho em um curto espaço de tempo", disse o premiê israelense, em discurso transmitido pela CNN.

 

Netanyahu ainda resumiu as duas condições que vê como fundamentais para a paz: o reconhecimento do Estado de Israel e garantias de segurança para seu povo.

 

Abbas voltou a pedir o fim da expansão de assentamentos na Cisjordânia, cujo congelamento provisório acaba no dia 26, e do bloqueio israelense à Faixa de Gaza. "Estamos esperançosos com negociações que podem levar a uma paz justa", disse.

 

O presidente da ANP lembrou que nos acordos de Oslo, assinados em 1993, os palestinos se comprometem a reconhecer a existência de Israel. Abbas disse ainda que ordenou a busca dos suspeitos pela morte de quatro colonos judeus na Cisjordânia, dois dias atrás.

 

Hillary, por sua vez, repetiu o que o presidente americano, Barack Obama,disse no dia anterior. "Não podemos e não iremos impor uma solução", disse. Após os pronunciamentos, a secretária se reuniu a portas fechadas com Abbas, Netanyahu, o presidente do Egito, Hosni Mubarak o rei da Jordânia, Abdullah II, o enviado da Casa Branca para o Oriente Médio, George Mitchell e o representante do Quarteto (EUA, Rússia, UE e ONU), Tony Blair.

 

Na quarta-feira, os dois líderes se encontraram separadamente com Obama na Casa Branca e jantaram com ele na Casa Branca, junto com Mubarak e Abdullah II.

Publicidade

 

As negociações de paz entre israelenses e palestinos estavam paralisadas há 19 meses, quando o Estado judeu realizou a Operação Chumbo Fundido na Faixa de Gaza. No início de maio, porém, os lados anunciaram a retomada das conversas, embora nenhum progresso tenha sido feito até então.

 

A cisão entre os grupos palestinos também prejudica as negociações. Em 2007, a Autoridade Palestina, facção secular liderada por Mahmoud Abbas, e o Hamas, movimento de resistência islâmica de inspiração religiosa, romperam o governo de coalizão que administrava os territórios palestinos.

 

Desde então, o Hamas - considerado por Israel e pelos EUA como uma organização terrorista - controla a Faixa de Gaza, e a Autoridade Palestina governa a Cisjordânia. O Hamas se nega a reconhecer o direito de existência de Israel e frequentemente lança foguetes contra o território judeu.

 

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.