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Israelenses e palestinos retomarão negociações para acordo de paz

Abbas e Netanyahu se encontrarão com Hillary em Washington no próximo dia 2 de setembro

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Por Luiz Raatz
Atualização:

SÃO PAULO - A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, anunciou nesta sexta-feira, 20, a retomada de negociações de paz entre israelenses e palestinos. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, e o presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, devem se encontrar com Hillary em Washington no dia 2 de setembro.  Ambos os lados confirmaram a presença no encontro. 

 

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Segundo Hillary, a retomada das negociações deve culminar com a criação de um Estado palestino em um ano. As conversas serão relançadas sem precondições. 

 

Esperança de acordo

 

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"Haverá dificuldades pela frente. Os inimigos da paz tentarão nos derrotar. Mas continuaremos seguindo em frente por momentos difíceis", disse a secretária de Estado em anúncio transmitido pela CNN.

 

O enviado especial dos EUA para a região, George Mitchell, que participou do anúncio, afirmou que o restabelecimento do diálogo entre israelenses e palestinos teve o reconhecimento e a aprovação de ambas as partes.

 

"Acredito que haja muitos interesses dos dois lados envolvidos, e acredito que seus líderes acreditam nessa negociação", disse. "Farei o possível para mostrar a Netanyahu e a Abbas que é possível chegar a um acordo. Sabemos que é difícil, mas temos paciência e perseverança e vamos continuar perseguindo esse objetivo".

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Mitchell foi o mediador das conversas indiretas entre Israel e ANP nos últimos meses, e realizou várias rodadas de negociações. O enviado americano viajava de Ramallah, na Cisjordânia, para Jerusalém, em Israel, levando as propostas de um lado ao outro.

 

Em comunicado divulgado simultaneamente ao anúncio de Hillary, o Quarteto para o Oriente Médio, grupo formado por EUA, UE, Rússia e ONU para mediar o conflito, pediu que israelenses e palestinos compareçam ao encontro de Washington e que Israel pare a construção de assentamentos no território ocupado, além de apelar para que os dois lados mantenham a calma e evitem ações provocativas e a retórica inflamada

 

Entenda o impasse

 

As negociações de paz entre israelenses e palestinos estavam paralisada há 19 meses, quando o Estado judeu realizou a Operação Chumbo Fundido na Faixa de Gaza e matou milhares de civis. No início de maio, ambos os lados começaram a negociar a retomada das conversas.

 

A cisão entre os grupos palestinos também prejudica as negociações. Em 2007, a Autoridade Palestina, facção secular liderada por Mahmoud Abbas, e o Hamas, movimento de resistência islâmica de inspiração religiosa, romperam o governo de coalizão que administrava os territórios palestinos.

 

Desde então, o Hamas - considerado por Israel e pelos EUA como uma organização terrorista - controla a Faixa de Gaza, e a Autoridade Palestina governa a Cisjordânia.  O Hamas se nega a reconhecer o direito de existência de Israel e frequentemente lança foguetes contra o território judeu.

 

 

 

Atualizada às 18h15

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