16 de novembro de 2010 | 08h50
O Irã inicialmente acusou os alemães, que entraram no país com vistos de turista, de trabalharem ilegalmente como jornalistas, mas o chefe do Judiciário na província do Azerbaijão Oriental declarou que eles serão processados por espionagem, o que pode acarretar a pena de morte.
A dupla entrevistava o filho de Sakineh Mohammadi Ashtiani, que foi condenada à morte, mas teve a pena suspensa após o caso provocar uma forte reação internacional.
"A acusação de espionagem para os dois cidadãos alemães que vieram ao Irã realizar propaganda e espionagem foi aprovada", disse o juiz Malekajdar Sharifi à agência semioficial de notícias Fars.
A condenação de Sakineh, de apedrejamento por adultério, provocou uma intensa mobilização internacional, num momento delicado das relações do Irã com o Ocidente por causa da insistência iraniana em manter um programa de enriquecimento de material nuclear, apesar das restrições dos EUA e de seus aliados.
A União Europeia qualificou de "barbaridade" a condenação da mulher ao apedrejamento, o Vaticano implorou por clemência, e o Brasil ofereceu asilo a ela.
O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, nega que Sakineh tenha sido condenada ao apedrejamento, e diz que a imprensa estrangeira inventou isso para desacreditar o Irã.
Outras autoridades dizem que a pena de lapidação foi suspensa, mas que Sakineh ainda pode ser enforcada se condenada por cumplicidade no assassinato de seu marido.
A TV iraniana exibiu na segunda-feira uma entrevista em que os alemães disseram ter sido enganados por um ativista iraniano na Alemanha.
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