01 de janeiro de 2014 | 18h48
Milícias e membros de tribos tomaram portos e campos de petróleo em toda a Líbia para pressionar por exigências políticas ou financeiras, reduzindo a produção de 1,4 milhão de bpd (barris de petróleo por dia), em julho, para cerca de 220 mil bpd.
O petróleo é a principal fonte de orçamento e de financiamento das importações de alimentos do país.
As potências ocidentais temem que o país norte-africano possa se desestabilizar, enquanto o governo se esforça para conter as milícias que ajudaram a derrubar Muammar Gaddafi em 2011, mas mantiveram suas armas.
"Há um enorme impacto dessa questão (da greve). Os salários dos líbios estão em risco", disse o ministro do trabalho Mohamed Swalin em uma entrevista coletiva.
As greves levarão a Líbia para um "túnel escuro" e vão deter o retorno de empresas estrangeiras que saíram do país durante o levante de 2011.
Oleodutos e instalações de produção, assim como os esforços de exploração, também serão afetados caso o bloqueio continue, disse.
O governo pressionou líderes tribais do leste da Líbia para convencer um grupo armado independente a suspender o bloqueio dos portos de Ras Lanuf, Es-Sider e Zueitina, que antes eram responsáveis por uma produção de 600 mil bpd.
Mas o líder independente Ibrahim Jahthran disse que conversas com Trípoli para conseguir uma parcela maior das receitas de petróleo para o leste falharam.
(Por Ghaith Shennib, Ulf Laessing e Ayman al-Warfalli)
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